
Instituto Caldeira e Governo do RS levam ecossistema de inovação à China em missão estratégica
O Instituto Caldeira e a Invest RS, agência de desenvolvimento do Rio Grande do Sul, realizam uma missão internacional à China até o dia 1º de novembro. O objetivo é compreender de perto como a segunda maior economia do mundo integra tecnologia, infraestrutura e política industrial em larga escala.
A delegação, composta por líderes empresariais e representantes do poder público, busca traduzir essas experiências em aprendizados aplicáveis ao contexto brasileiro, especialmente ao Rio Grande do Sul.
A iniciativa encerra o ciclo internacional de 2025, que já havia passado por Londres e pelo Vale do Silício. Em território chinês, o grupo participa de visitas técnicas a conglomerados, universidades e centros de pesquisa que são referência global em digitalização urbana, automação industrial, energia limpa e inovação tecnológica.
O roteiro inclui encontros com empresas como Baidu, Huawei, Lenovo, Megvii, Alibaba e Tsinghua University, promovendo uma imersão em práticas que transformaram o país em um polo mundial de inovação.
Para o empresário e parceiro do Instituto Caldeira, Ricardo Geromel, que integra a delegação, a experiência na China representa uma oportunidade única de aprendizado e de redefinição de prioridades estratégicas para o Rio Grande do Sul.

“A China é um grande laboratório vivo de transformação urbana e digital. Um dos principais aprendizados que podemos trazer é a integração entre tecnologia, dados e infraestrutura física, o que gera cidades mais inteligentes e eficientes.”
O Instituto Caldeira desenhou a missão com o propósito de compreender como a China conseguiu alinhar sua estratégia de desenvolvimento à inovação tecnológica, criando ambientes de experimentação em escala e fortalecendo a cooperação entre governo, empresas e universidades. Essa perspectiva reforça a atuação conjunta com o estado e com a Invest RS na construção de um ecossistema de inovação mais competitivo e conectado globalmente.
Geromel destaca que essa visão pode inspirar práticas concretas no estado. Ele aponta três caminhos possíveis: governança orientada por dados, infraestrutura digital como base do desenvolvimento e ecossistemas de inovação público-privados. “A expansão de redes 5G e de data centers regionais é fundamental para impulsionar ecossistemas de inovação em cidades como Porto Alegre, Caxias e Pelotas”, afirma.
Na análise do empresário, o modelo chinês também oferece lições valiosas sobre competitividade.
O modelo chinês ensina que inovação não é apenas sobre tecnologia, mas sobre escala e velocidade. As empresas chinesas cresceram porque souberam transformar avanços tecnológicos em modelos de negócio sustentáveis, com foco no usuário e execução rápida.
Ele reforça que o Instituto Caldeira tem um papel decisivo nesse processo. “Criar alianças estratégicas regionais e internacionais, conectando o que é produzido localmente – como o agritech e a indústria 4.0 do RS – a cadeias globais de valor. Aqui o Caldeira tem papel e valor imensos. Precisamos acelerar nessa direção.”
Geromel também reflete sobre o aprendizado acumulado nas três imersões internacionais do ano. “Cada uma das missões de 2025 representa um vetor de futuro: Londres mostrou o poder da inovação regulatória e financeira; o Vale do Silício reforçou a importância do capital de risco e da cultura empreendedora; e a China encerra o ciclo destacando a integração entre governo, empresas e sociedade para gerar impacto em larga escala e acelerar a adoção tecnológica. É muito assustador o quão ignorante somos em relação ao nosso maior parceiro comercial.”
Com base nessas experiências, ele considera que o Instituto Caldeira e o RS podem construir uma agenda de inovação para o período de 2026 a 2030 centrada em três eixos: Infraestrutura digital e sustentável – conectividade, energia limpa e dados abertos; capital humano e formação tecnológica – capacitação para IA, manufatura avançada e economia verde; e ecossistema colaborativo – integração entre governo, empresas e universidades em torno de desafios estratégicos do RS.
Na visão de Geromel, esse movimento pode posicionar o Rio Grande do Sul como protagonista em inovação na América Latina, somando o aprendizado das três missões internacionais em um modelo próprio de desenvolvimento.
“Essa combinação cria um modelo gaúcho de inovação global, onde a inspiração chinesa, a ousadia e acesso ao capital do Vale e a sustentabilidade europeia se traduzem em ações concretas para o desenvolvimento econômico e social do estado. Vamos misturar nisso tudo doses do nosso VAMO DALE”.