Crie o Impossível e Instituto Caldeira

Crie o Impossível mostra que ‘sonhar’ transforma a educação e fomenta a inovação no Estado

Modificar estruturas e formar jovens para o futuro de um mercado cada vez mais inovador. Esse é o propósito do Crie o Impossível, evento criado em 2018 com o objetivo de inspirar jovens de escolas públicas a sonhar e conquistar destinos mais promissores.

Segundo Guilhermina Abreu, idealizadora do projeto, o Crie o Impossível nasceu da percepção de que “o aluno do ensino médio, especialmente da escola pública, muitas vezes está desanimado e sem perspectiva”. Inicialmente planejado para São Paulo neste ano, o evento mostrou-se essencial em Porto Alegre após as enchentes de maio

Como resultado, mais de 10 mil estudantes lotaram o estádio Beira-Rio, entusiasmados para assistir a conteúdos apresentados por pessoas que, nas palavras de Guilhermina, “fazem acontecer”. Para ela, trazer essas experiências práticas aos alunos é fundamental para plantar a sementinha dos sonhos nos estudantes. “Sem isso, será muito difícil que eles se vejam nesses lugares”, ponderou.

A secretária extraordinária de inclusão digital e apoio às políticas de equidade no RS, Lisiane Lemos, compartilha dessa visão. “Só sonhamos com o que conseguimos ver”, afirmou. Como exemplo, destacou que aquela poderia ser a primeira vez de muitos alunos visitando o Beira-Rio ou mesmo ouvindo aqueles tipos de  histórias inspiradoras. “Essa é uma oportunidade de abrir a visão deles para outros caminhos”, comentou. Para Lisiane, educação e inovação são impulsionadas por vivências transformadoras.

Experiências diversas são o motor da inovação, e despertar sonhos é o primeiro passo. A inovação está em tudo.

Para a secretária estadual de educação, Raquel Teixeira, o momento do evento também foi oportuno, especialmente na retomada do Estado após as enchentes. “As escolas sofreram tanto na infraestrutura quanto no emocional dos estudantes e professores. Essa iniciativa enriquece a vida escolar e pessoal deles, ajudando-os em suas escolhas futuras.” Raquel também destacou a parceria com o Instituto Caldeira no fortalecimento da educação pública. “Sempre nos apoiaram, proporcionando momentos de inspiração para os alunos da rede estadual.”

Geração Caldeira colabora com educação e inovação

Felipe Amaral, diretor do Campus Caldeira, plataforma de educação do instituto, destacou a iniciativa. Ele destaca o alinhamento de propósitos do Geração Caldeira – que forma alunos do ensino médio com foco na empregabilidade –, com o Crie o Impossível.

“Nosso objetivo é empregar jovens na economia da inovação e tecnologia. Imagine quantos talentos estão nessa plateia sem oportunidade de se desenvolver. Se eles sonharem, o Caldeira pode ser a porta de entrada para uma carreira promissora”, afirma.

Somente neste ano, o Geração Caldeira teve 7,5 mil inscritos na primeira etapa, realizada online e aberta para todo o Brasil. O programa presencial, por sua vez, atende 200 alunos. “Ao final da terceira edição, queremos empregar 90% dos participantes e revelar talentos para o nosso distrito de inovação”, destacou.

Carolina Hermeling, executiva do Instituto Galo – que apoia os projetos do Campus Caldeira –, enfatizou a importância do ensino profissionalizante para a inclusão produtiva, que beneficia tanto os jovens quanto as empresas que precisam de mão de obra. “Nosso apoio ao campus foca na educação profissionalizante e na inclusão produtiva. Identificamos um grande gap (distância) entre os alunos e o mercado de trabalho, com barreiras que precisavam ser superadas”, explicou.

Assim como outros especialistas em educação, Carolina acredita que o Crie o Impossível é uma iniciativa crucial para inspirar jovens e mostrar que eles podem ir atrás dessas possibilidades de trabalho, acreditando em propósito e transformação. “Esses momentos fazem os alunos saírem com brilho nos olhos, prontos para novas oportunidades.” Para ela, mesmo não sendo uma formação continuada, o evento representa um importante despertar. “Eles sempre vão lembrar desse dia, sempre vão guardar alguma fala que ouviram aqui”, disse.