Para engajar alunos na era digital, precisamos rever o sistema de ensino, defende Jason Ware, da Purdue University
Gerar engajamento e motivar carreiras a partir da educação é uma tarefa cada vez mais desafiadora, principalmente para as escolas públicas. Em um novo contexto de inúmeras distrações digitais e pouco entendimento dos jovens sobre a aplicação real do que eles estão aprendendo em sala de aula – o que necessariamente não é culpa deles – , é preciso de uma revolução no sistema de ensino, tornando-o mais prático e motivador.
Essa é a visão que Jason Ware, pesquisador e professor no Honors College da Purdue University, compartilhou durante visita ao Instituto Caldeira.
Eu entendo a educação como um espaço para a juventude aprender sobre o mundo, mas principalmente sobre ela mesma e seu lugar na sociedade. Um espaço onde eles possam entender como poderão contribuir para torná-la melhor. Isso não se trata de apenas desenvolver novas habilidades, mas de fomentar conexões.
O professor norte-americano esteve no hub de inovação gaúcho na última semana, onde foi destaque no painel “Como desenvolver processos de aprendizagem que gerem engajamento em plena era digital?” – disponível no app do Caldeira para membros da comunidade.
Com o avanço tecnológico e a proliferação de dispositivos digitais, a atenção dos aprendizes tornou-se um recurso cada vez mais disputado. No entanto, estratégias inovadoras podem ser adotadas para capturar e manter o interesse dos alunos
Segundo Ware, em primeiro lugar, é essencial reconhecer que o engajamento não se limita à simples absorção de informações, mas sim à criação de experiências educativas significativas e interativas.
Precisamos fazer com que as instituições de ensino sejam mais do que um ambiente para desenvolver habilidades, mas para conectar jovens com pessoas e profissionais em outros estágios de vida, onde possam questionar o status quo e entender como podem contribui.
Novas metodologias de ensino estão abraçando a tecnologia para gerar mais engajamento no processo de aprendizagem, como estratégias de gamificação de ensino, mentorias online e ensino híbrido.
Ware acredita, no entanto, que o fundamental é priorizar ambientes de aprendizagem interdisciplinares, que atendam às necessidades psicológicas e profissionais dos alunos. Isso passa por:
Fornecer escolhas dentro das estruturas de ensino;
Promover o relacionamento dos alunos com o conteúdo do curso e entre si;
E estruturar aplicações de habilidades que melhoram as competências dos alunos em áreas específicas, como o pensamento analítico, resolução colaborativa de problemas, concepção e desenvolvimento de pesquisa, aprendizagem de serviço e envolvimento cívico.
Ou seja, não necessariamente precisa passar pela adesão tecnológica, embora ela possa acelerar alguns pontos que o pesquisador defende. Até porque, em razão da ascensão de tecnologias exponenciais, como a Inteligência Artificial Generativa, o domínio tecnológico e as soft skills tornaram-se grandes diferenciais para ganhar espaço no mercado de trabalho.
Segundo Jason Ware, para além de dar esperança para a nova geração, as organizações precisam subsidiar a formação profissional dos jovens, através de conexões relevantes e capacitações interdisciplinares. O pesquisador foi apresentado ao projeto Geração Caldeira, iniciativa que forma jovens de ensino público para o mercado de tecnologia e os conecta com grandes players do mercado.
“Lugares como o Instituto Caldeira são incríveis para que esse projeto educacional floresça. Não sei se existem outros espaços como este no Brasil, mas ele deveria ser um modelo nacional. Esse não é apenas um ambiente inspiracional, mas uma ferramenta prática para desenvolver uma geração de jovens carente de oportunidades”, finaliza.
Baixe o APP do Instituto Caldeira, através do Google Play ou Apple Store para acompanhar o painel na íntegra. Ou acesse através do plataforma.institutocaldeira.org.br/. *Exclusivo para membros do Instituto Caldeira.