
Não tem uma fórmula, é construção tijolo por tijolo, aponta Jorge Logemann, sobre 80 anos da SLC Agrícola
Como uma empresa pode chegar bem aos 80 anos? Essa é uma pergunta que Jorge Logemann, vice-presidente da SLC Agrícola, tem ouvido nos últimos tempos sobre a jornada de uma das empresas mais respeitadas do Brasil. Para ele, não existe uma fórmula mágica.
“É construção tijolo por tijolo. Passamos por momentos de grande crescimento, momentos de menor crescimento e também de transformações”, ponderou durante um painel que aconteceu no Instituto Caldeira em celebração aos 80 anos da companhia. No encontro, duas gerações de liderança da empresa, ele e Frederico Logemann, head de Inovação e Gestão de Estratégia da SLC Agrícola, falaram sobre a trajetória de uma das maiores empresas do agronegócio brasileiro e, especialmente, sobre o futuro que está sendo construído.
Fundada em 1945, em Horizontina, no Rio Grande do Sul, a história da SLC é marcada pelo pioneirismo. Os primeiros anos da empresa foram dedicados à fabricação de pequenas ferramentas agrícolas, culminando na invenção da trilhadeira, uma máquina disruptiva que separava o grão da palha.
A SLC subiu de patamar em 1965, ao produzir a primeira colheitadeira no Brasil — um equipamento que se tornou um sucesso estrondoso. Foram mais d 1 mil unidades fabricadas por ano até 1973, o que fez com que esse produto se tornasse responsável por mais da metade da colheita de grãos do país na década de 1970.
Até que veio a parceria com a americana John Deere, líder mundial em equipamentos agrícolas. Firmado em 1980, o consórcio entre as empresas segue até hoje.
“Desde 1979, quando a John Deere nos convidou para uma joint venture, nossa parceria tem sido uma constante em nossa história. Tivemos momentos de grande expansão, como a transferência da fábrica de tratores da Argentina para o Brasil em 1996. De uma forma ou de outra, essa relação permanece fundamental até hoje”, destacou Jorge Logemann.
Mas, como está sendo desenhado o futuro? Frederico Logemann afirma que a SLC já está preparando os seus próximos 80 anos.
Nosso sonho grande, definido há cerca de 10 anos e revisado anualmente, é impactar positivamente gerações futuras, sendo líder mundial de eficiência nos negócios agrícolas e respeitando o planeta. Isso é o que nos motiva e alimenta nossa paixão pelo que fazemos.
O head de Inovação e Gestão de Estratégia da SLC Agrícola reforçou os valores imutáveis e inegociáveis da companhia: integridade, paixão, relações duradouras e sustentabilidade.
Dentro da visão de futuro da empresa, está a conexão com iniciativas como a do Instituto Caldeira.
“A SLC nos demonstrou um apoio contundente desde o dia zero. Em 2019, quando o Instituto Caldeira era apenas uma ideia, por vezes vista como desafiadora, estranha ou até maluca, a SLC foi categórica em afirmar o quanto queria apoiar, participar e estar envolvida nesse projeto. Esse compromisso inicial foi essencial para nós e é uma prova do seu entendimento sobre a importância da nova economia e da inovação”, fez questão de ressaltar o CEO do Caldeira, Pedro Valério.
Jorge Logemann reforçou esse ponto comentando que, mesmo sendo uma empresa de 80 anos, a SLC está sempre atenta a iniciativas inovadoras.
“Sabemos que uma empresa tradicional, muitas vezes, tem dificuldade em inovar, justamente por acreditar que todos os seus procedimentos e processos já estão definidos, já que teve sucesso no passado. A verdade é que, por meio de um núcleos de inovação e criatividade, podem surgir novas ideias e projetos interessantes para a empresa. O Caldeira promove isso, e queremos estar próximos de iniciativas assim”, afirmou.