Grilo quase triplica deslocamentos em Porto Alegre com tuque-tuques elétricos

Grilo quase triplica deslocamentos em Porto Alegre com triciclos elétricos

Quem é de Porto Alegre com certeza já viu por algumas das ruas da cidade um dos triciclos elétricos da Grilo, startup da Comunidade Caldeira, circulando ao estilo tuque-tuque indiano. O que pode parecer apenas uma maneira peculiar de se mover pela Capital, na realidade é uma forma de ‘reimaginar’ a mobilidade urbana, colocando a saúde das pessoas e o meio ambiente como uma prioridasde. 

Com a missão de eletrificar o descolamento, tanto para pessoas quanto para o mercado de e-commerce (last mile), a Grilo ganhou tração em Porto Alegre e, com o pós-pandemia, tem visto o número de deslocamentos quase triplicar.

Segundo o co-fundador e diretor executivo da startup, Carlos Novaes, a escolha por Porto Alegre como a primeira a receber os veículos elétricos, que estão no mercado desde 2019, foi muito em razão do ambiente de inovação da região. E o Instituto Caldeira, segundo ele, é um dos símbolos disso.

A primeira vez que falamos com o Caldeira nos impressionamos com a quantidade de empresas de valor e tradicionais que estão lá dentro. O Rio Grande do Sul está, cada vez mais, ocupando um espaço de vanguarda na área de tecnologia e inovação”, observa Novaes. 

De fato, há uma conjunção de fatores na direção de tornar a região mais inovadora, tanto que os números da empresa evidenciam a adesão das pessoas a um modelo de mobilidade diferente. 

No primeiro trimestre deste ano, no fechamento de 600 dias da empresa, comemoramos um crescimento expressivo em todos nossos indicadores – receita, ticket médio, conversão, cadastros e deslocamentos – no comparativo com nossos 400 dias, destaca Novaes. 

Essa expansão se deve a um conjunto de fatores, como a retomada da economia, o despertar do interesse sobre meios de locomoção sustentáveis, a alta taxa de vacinação contra a Covid-19, o lançamento de um novo aplicativo pela startup, além de ações de impacto realizadas pela empresa, avalia o gestor. 

Outro destaque positivo no período é o número de deslocamentos promovidos pela Grilo, que quase triplicou nos primeiros três meses do ano. Os cadastros também aumentaram cerca de 1,5 vezes.

Para 2023, esperamos trazer indicadores ainda melhores do que estes, pois os nossos planos de crescimento são ostensivos. Enxergamos o nosso negócio fazendo parte dessa evolução tecnológica. Por consequência, cada vez mais pessoas e empresas se engajarão com o nosso propósito e com nossos valores”, projeta o empreendedor.

Eletrificação é caminho sem volta

No mundo inteiro, a indústria automobilística tem aumentado os investimentos em veículos elétricos. No Brasil, as vendas desse tipo de carro têm crescido ano após ano, conforme dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Em 2021, foram 2.860 unidades comercializadas contra 801 no ano anterior, uma alta de 257%. Em 2019, haviam sido 538. 

Neste ano, o setor segue aquecido. Somente no Rio Grande do Sul, o mercado de veículos elétricos emplacou 1.138 novos carros nos primeiros sete meses do ano, um crescimento de cerca de 25% sobre o mesmo período do ano passado, segundo balanço da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). 

A eletrificação é um caminho sem volta, por todo o movimento da indústria global e também em razão das necessidades que vêm sendo colocadas pelo público e pelas organizações globais atentas ao meio ambiente, analisa o co-fundador da Grilo. 

Neste cenário, a Grilo busca, por meio de sua solução, resolver não só os problemas atuais envolvendo deslocamentos de pessoas em distâncias curtas, mas também os desafios do transporte de mercadorias com o crescimento do e-commerce

Para se firmar como referência neste mercado, a empresa aposta em alguns diferenciais. “Somos especializados na última milha, somos sustentáveis e também temos uma questão muito forte em relação ao impacto social. Os nossos condutores têm acesso a uma plataforma sem necessidade de investimento próprio. Olhamos para eles como um cliente e não apenas como um parceiro”, detalha o diretor executivo. 

Na foto, João Vítor Tavares, Leonor Moura, Rodrigo Johannpeter e Carlos Novaes, sócios da empresa