Grandes empresas intensificam conexões com startups para compromissos ESG

Em meio à mudança no padrão de consumo, a agenda ESG – sigla que sintetiza boas práticas ambientais, sociais e de governança – está cada vez mais presente na rotina das grandes corporações, transformando a sustentabilidade em valor agregado no mercado. Mas antes de investir em diversidade, redução de emissões e todo o combo que prega o ESG, as empresas precisam traçar diagnósticos rigorosos sobre suas estruturas – para então atacar o problema. É aí que está o desafio.

Por isso, muitos negócios vêm buscando a ajuda de startups como forma de incorporar essa agenda de boas práticas estruturalmente. A ESG Now, startup da comunidade Caldeira, tem sido uma delas. 

A solução da empresa centraliza dados de sustentabilidade das companhias por meio de sistema similar aos sistemas de gestão ERPs, já amplamente difundidos. O software necessita ser alimentado periodicamente pelos responsáveis de áreas estratégicas – como gestores de RH e de Meio Ambiente -, definidos pelo criador do projeto. Ele também pode ser configurado para extrair dados de outros sistemas da empresa de forma automatizada. Como resultado, a plataforma gera indicadores e dashboards da performance ambiental, social, econômica e de governança, de forma gráfica.

A tecnologia permite a criação de diagnósticos que vão basear a tomada de decisão dos gestores, a partir da centralização de informações que estão espalhadas em diferentes setores e filiais das companhias, explica Elias Neto, co-fundador da ESG Now.

“O sistema classifica os projetos em 5 níveis de maturidade, do ‘não conforme’ até o ‘engajado’. O software também gera um plano de ação a partir do resultado para alinhar as práticas da empresa às suas demandas ESG”, completa.

Essa solução tem chamado a atenção de grandes players, como da Lojas Renner, uma das fundadoras do Instituto Caldeira. A varejista já lidera o índice ESG da Dow Jones, na Bolsa de Valores de Nova York, sendo considerada a mais sustentável do mundo em seu segmento. Recentemente, ela lançou um novo Desafio de Inovação para startups, focado em sustentabilidade. 

Uma das finalistas do Desafio é a ESG Now, startup que também participou este ano dos programas Ebulição e Conecta, realizados pelo hub de inovação.  

Brunetto explica que área de Inovação Aberta será estratégica para acelerar práticas ESG dentro da empresa e em sua cadeia de valor. Créditos: Lojas Renner.

“O objetivo desta chamada é buscar parcerias que nos ajudem a construir soluções para os compromissos que a Lojas Renner firmou até 2030, o que incide também sobre toda nossa cadeia de fornecedores”, detalha Cesar Brunetto, gerente de Open Innovation.

No total, 158 startups de 17 países participaram do Desafio, mas apenas três foram selecionadas para a etapa final, em que será executada a prova de conceito (PoC, na sigla em inglês) dentro do ambiente da Lojas Renner. 

“Muito legal ver que uma das três selecionadas estava ao nosso lado, dentro do Instituto Caldeira. Isso mostra a maturidade do ecossistema gaúcho, que possui startups com soluções robustas, e não apenas em nível experimental”, acrescenta Brunetto.

Já a partir do programa Conecta Caldeira, a ESG Now firmou uma parceria estratégica, desta vez com o Sicredi, instituição fundadora do hub de inovação gaúcho. A empresa está realizando um PoC remunerado, que envolve a coleta de dados ESG em todas unidades do Sicredi no Brasil.

A ESG Now está com uma rodada de investimentos em aberto, no valor de R$ 1,3 milhão, liderada pela Ventiur, que também é parceira do Caldeira. A maior fatia dos recursos será para estruturar o time de vendas.

Com pouco mais de dois anos de atuação, a ESG Now tem atacado gargalos importantes do mercado, o que faz a solução ser cada vez mais procurada. Ela foi responsável pela gestão de carbono de um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, o South Summit Brazil 2023, e também fará a gestão na edição do próximo ano. 

“Há pouco tempo, a forma mais utilizada para fazer a mensuração desses dados era o Excel. Tudo isso era muito manual e analógico, o que tornava o processo suscetível a erros e gerava retrabalho. Vimos que esse era um gargalo a ser atacado”, diz Neto. “Fazer parte desse ecossistema pujante do Caldeira tem nos permitido acelerar conexões com grandes players e escalar nossa atuação em nível Brasil”, completa.

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