Dia D Trampo: Feira de empregos de tecnologia reúne 60 jovens e 30 empresas no Campus Caldeira
Quando o mercado de tecnologia encontra uma geração de novos talentos disposta a apostar em novas oportunidades, ambos tendem a ganhar, e foi isso que aconteceu no Dia D Trampo, realizado pelo Instituto Caldeira na última sexta-feira (05). No Brasil, a indústria tech demanda cerca de 159 mil profissionais por ano, enquanto a graduação superior forma menos de 50 mil jovens nessa área. Isso significa um déficit anual de 106 mil talentos, projeta a Brasscom
Através do Geração Caldeira, programa que capacita jovens do ensino público para o mercado digital, e do Parceiros de Empregabilidade, que os conecta com empresas da comunidade de inovação, já foram mais de 80 contratados apenas da turma de 2023. Mas ainda não é o bastante, já que mais de 3 milhões de jovens estão desempregados no Brasil e não se veem atuando no mercado de tecnologia, segundo a OCDE.
O Dia D Trampo é um novo projeto do Instituto Caldeira, em parceria com a PUCRS Carreiras, para reduzir esse gap e fomentar a inserção da nova geração em vagas de trabalho da nova economia. A 1º edição da feira contou com a presença de 60 alunos do Geração Caldeira e 30 empresas convidadas.
“O que nos moveu a participar foi o alinhamento dos nossos valores com o Geração Caldeira, na forma de contribuir para a empregabilidade dos jovens, oportunizando o início em carreiras que trarão uma vida melhor para eles”, conta Cássio Trindade, CTO da Hortti.
Para André Vitor Caselani, Head Comercial da We R Digital, fabricante de softwares e serviços de outsourcing, programas como o Geração Caldeira são essenciais para proporcionar oportunidades de crescimento pessoal e profissional, abrindo portas para jovens com menos acesso às oportunidades de mercado e contribuindo para uma sociedade mais inclusiva.
A estrutura do Dia D Trampo contou com pitches dos alunos para empresas e entrevistas individuais em ambientes reservados, assim como dinâmicas de resolução de desafios, através de metodologias de gamificação. Muitas das empresas que estiveram presentes já incorporaram em seu time egressos do programa Geração Caldeira e agora estão em busca de novos talentos.
É o caso da ilegra, empresa global de estratégia, inovação e tecnologia. A empresa já havia se conectado com alunos do programa quando se uniu ao hub de inovação, Agibank e AWS na realização do programa de treinamento em nuvem para alunos de escolas públicas, que envolveu 2 mil jovens.
“Estamos animados em conhecer novos talentos pois, em breve, no mais tardar maio, teremos oportunidade de estágio em diversas áreas”, diz Rafaela Tuani, People & Culture Analyst na Ilegra.
“Mudar e moldar o futuro envolve investir no presente, dar a oportunidade para que os jovens mostrem como é a sua inovação, como é e será o mundo na sua ótica, questionando assim o status quo”, completa.
Quais são as habilidades necessárias para prosperar no mercado de tecnologia?
Raciocínio lógico, interesse por matemática, linguagem de dados e proficiência em língua inglesa podem ser, de fato, habilidades essenciais para evoluir suas competências técnicas no mercado de tecnologia, mas segundo recrutadores ouvidos pelo Instituto Caldeira, o mais importante segue sendo a vontade. São as chamadas soft skills.
Confira o depoimento de empresas que estiveram no Dia D Trampo sobre o que elas esperam dos novos profissionais que estão começando suas carreiras em tecnologia:
Para Sofia Kroeff, Coordenadora de People na Appmax, garra e colaboração são habilidades-chave.
“Esses são nossos dois grandes valores aqui na Appmax, e traduzem muito bem o que acreditamos ser necessário para que esses jovens profissionais tenham sucesso em suas carreiras. Garra para ir atrás das oportunidades, mesmo sem deter toda experiência. E saber se comunicar e colaborar com os demais”.
Já na Hortti, o mais importante é o profissional ser proativo, apto para encarar novos desafios e estar sempre preparado para sair da zona de conforto, explica o CTO.
Outra skill fundamental para prosperar num mercado repleto de incertezas e constantes transformações digitais é o de aprendizado contínuo, conceito também conhecido como lifelong learning.
“A We R acredita em profissionais que combinem o aprendizado contínuo, habilidades técnicas sólidas, capacidade de trabalho em equipe e foco em resultados”, afirma Caselani.
Para ilegra, flexibilidade e comunicação são pilares essenciais:
“Flexibilidade para entender e aprender com os erros, pois todo início de uma grande obra é mais lento, possui alguns desvios, as ideias ficam para depois, e temos que ter a flexibilidade de entender e mudar a rota quando necessário, sem perder o foco do que se busca. A comunicação é outro pilar fundamental, entender com quem se fala, se detalhar faz sentido naquele momento, se precisa ser mais objetivo, a comunicação é uma ciência inexata, mas com curiosidade as pessoas chegam cada vez mais longe”, conclui Rafaela.