Connect Farm, a startup gaúcha que faz parte da missão de exportar o primeiro navio de soja zero carbono do Brasil

Connect Farm, a startup gaúcha que faz parte da missão de exportar o primeiro navio de soja zero carbono do Brasil

Desde que a Bayer teve a iniciativa pioneira de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa na agricultura mundial até 2030, uma startup gaúcha tem ajudado a gigante farmacêutica a cumprir esse grande desafio. A meta é exportar o primeiro navio de soja com zero emissão de carbono do Brasil até os próximos três anos. Fazendas de várias partes do País participam do projeto e a liderança na orientação e monitoramento das ações sustentáveis no campo é da Connect Farm.

A parceria surgiu para levarmos recomendações que impactam a sustentabilidade. Na soma de todas essas práticas, conseguir sequestrar mais a emissão de carbono e fixar isso no solo através de biomassa é um dos caminhos. Trabalhamos para conectar tecnologia e sustentabilidade”, conta o CEO e fundador da agtech, Rodrigo Franco Dias.

Fundada em Santa Maria, a startup que desenvolve ferramentas e tecnologias para ampliar a produtividade, otimizar recursos e maximizar a rentabilidade dos produtores, tem guiado suas orientações rumo uma produção de grãos mais sustentável, baseada por dados e algoritmos de precisão, mas que também sabe falar a língua do campo.

“Nós queremos entregar o máximo possível essas tecnologias para que o agricultor possa utilizá-las e garantir uma agricultura mais regenerativa e baseada no conceito 5.0”, diz o empreendedor.

Para isso, a ConnectFarm se apoia em três frentes de inovação. Uma delas é Índice de Gestão Ambiental (IGA), baseado em um algoritmo próprio que insere atributos do solo e das plantas. O sistema melhora a inteligência à medida que aumenta sua base de dados, permitindo uma recomendação mais assertiva para cada ambiente da propriedade. Já o IGS define o potencial produtivo do ambiente e, a partir disso, define a genética, data de plantio e manejo químico do ambiente. E tem ainda o protocolo de mensuração de carbono com base em ciência e tecnologia.

As principais ações para sequestrar o carbono, relata Dias, são o não revolvimento do solo; o uso de plantas de cobertura, mantendo sempre uma cobertura verde no solo; o uso de fertilizantes de acordo com o potencial ambiental de cada área e materiais geneticamente adaptados e produtos químicos com menor impacto ambiental.

No caso do projeto em parceria com a Bayer, a empresa encerra o primeiro de três ciclos em setembro, quando serão medidos os primeiros resultados das lavouras. Ou seja, vamos saber o quanto as orientações da Connect Farm ajudaram a neutralizar o carbono das lavouras sob sua tutela e consultoria. A startup trabalha com 23 lavouras em seis estados brasileiros no projeto – destas, quatro são no Rio Grande do Sul. Dias explica que se as primeiras respostas de setembro já forem positivas em relação à mitigação de CO2, a exportação pode acontecer ainda este ano.

Agtech passa a integrar o Agrofy Market

E tem novidade quente. A ConnectFarm  passou a integrar em junho a Agrofy Market, mercado on-line do agro com mais de 600 mil usuários cadastrados, que engloba oito países da América Latina, incluindo o Brasil.

A agtech será a primeira empresa prestadora de serviços agropecuários a fazer parte da plataforma, que iniciou os negócios em 1999, na Argentina. Marcas como John Deere e New Holland, Toyota e Mercedes-Benz, Yara e BASF, Santander e BBVA, SKF e Rotoplas estão entre as presentes no mercado on-line. Apenas no Brasil são 600 empresas comercializando cerca de 17 mil produtos com 1,3 milhão de acessos e 24 mil oportunidades de negócios por mês.

Em um ambiente personalizado, que permite a inserção de identidade visual e informações dos produtos e serviços, a loja on-line visa acelerar o caminho entre o negócio e o consumidor. Haverá espaço para vídeos explicativos e depoimentos de clientes. Ofertas destacadas e especiais ainda serão promovidas regularmente. Três pacotes de serviços serão oferecidos: basic, premium e Connect 5K — com tecnologia voltada à inclusão de agricultores familiares.

Estamos muito empolgados com essa novidade que oferecemos ao mercado. Nada mais adequado que nosso serviço esteja em um ambiente virtual, acessível à nova realidade dos produtores rurais,” destaca o CEO da ConnectFarm, Rodrigo Franco Dias.

História começou em Santa Maria

Com três anos de atuação em território nacional, a ConnectFarm busca ampliar a produtividade, otimizar recursos e maximizar a rentabilidade dos produtores rurais do país. Possui atualmente cerca de 130 produtores na carteira de clientes, estando presente em pelo menos sete estados brasileiros.

Em 2020, venceu o Desafio Nacional de Máxima Produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), na categoria “Irrigado”. Em uma propriedade em Boa Vista das Missões, alcançou uma produtividade de 111,9 sacas de soja por hectare — a média de produção de soja no Brasil é de 54,5 sacas/ha.

Essa história começou como um projeto junto a Universidade Federal de Santa Maria, que envolve o desafio de assessorar 13 agricultores. Agora, avança com o propósito de conectar pessoas com tecnologias para uma agricultura melhor. “Grandes empresas já produzem tecnologia, mas elas nem sempre são acessíveis ao produtor. A nossa meta é facilitar essa conexão e, no nosso negócio, conseguir escalar”, destaca o empreendedor.

Raio-x

Nome da startup: Connect Farm

Estágio: Crescimento

Segmento: Agro consultoria

Número de colaboradores:15 colaboradores

Principal produto: Consultoria premium baseado em ambientes de produção IGA