Startup Nation: O que faz de Israel um dos países mais disruptivos do mundo?
Imagine um país pequeno, do tamanho do menor estado brasileiro, onde o clima árido predomina e os conflitos geopolíticos são frequentes. Como esse país poderia estar no rol dos mais inovadores do mundo, com todo mercado tech de olho nele? Na 2º missão à Israel, realizada entre 3 e 7 de setembro, o Instituto Caldeira vai buscar mais respostas para essa pergunta, com uma agenda repleta de encontros.
Driblando absolutamente todas as adversidades de seu território, Israel se tornou o país com maior número de startups per capita do mundo: lá nasce uma nova startup a cada seis horas – são mais de 9 mil startups em atividade.
O poder público tem um papel fundamental para o feito, já que 5% do PIB israelense é investido em ciência e tecnologia – acima de qualquer outro país. Por isso, Israel ganhou o apelido de “Startup Nation”.
Lá a tecnologia e inovação são elevadas a novos patamares, tanto que as maiores bigtechs do mundo, como Google, Amazon e Apple, têm centros de pesquisa em seu território.
Você sabe o que é pen-drive, firewall, ou já utilizou o Waze? Pois então, eles foram desenvolvidos em Israel. Isso sem contar todos avanços que ela ajudou a gerar na área de agricultura, usando a tecnologia para contornar a escassez hídrica.
O país também é o segundo no mundo (ou maior entre os estrangeiros) com empresas na Nasdaq, o principal índice de tecnologia da bolsa norte-americana. Esse dado é ideal para sintetizar como a inovação se tornou a principal commodity de Israel: um montante de US$ 25 bilhões em exportações anuais apenas no campo da tecnologia, o que corresponde a 25% de todas as exportações.
Na visão de Sebastian Watenberg, presidente da Federação Israelita do RS, o Brasil tem uma grande oportunidade em escalar a inovação produzida em Israel no território nacional e, por isso, a missão do Caldeira ao país tem o poder de acelerar essa sinergia.
O que Israel tem a oferecer a gente já sabe. Por ser um país muito pequeno, a inovação que Israel produz é exportada para todo mundo. Então o Brasil tem uma ótima oportunidade, através desses contatos como faz o Instituto Caldeira, de escalar produtos e soluções de Israel.
Toda essa potência do país, obviamente, não veio da noite para o dia, e foi resultado de muita resiliência e espírito empreendedor. O ambiente adverso provoca o pensamento fora da caixa dos agentes de inovação de Israel: universidades, iniciativa privada e poder público, com destaque para as Forças Armadas. O tripé colaborativo é fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias de forma descentralizada, mas também sinérgica nesse ecossistema pujante.
O país hoje é referência em tecnologias de dessalinização da água do mar, um conhecimento que é exportado para todo mundo. Outra liderança que Israel vem buscando assumir é na área de Inteligência Artificial (IA) – e as universidades públicas e startups, tal como a AI21 e Corsight, têm contribuído muito para os novos avanços.
Por exemplo, a AI21 vem rivalizando com a OpenIA, desenvolvedora do ChatGPT, frente a qual dos softwares tem menos taxas de alucinação. Spoiler: a AI21, que está no roteiro de visitas do Caldeira, lidera os resultados promissores.
Conforme dados oficiais, entre 2011 e 2019, o montante de investimentos em projetos de alta tecnologia em IA no país aumentou mais de 12 vezes, de US$ 300 milhões para US$ 4 bilhões.
Outro ponto é que o ambiente acadêmico de Israel é um dos mais prestigiados e, com certeza, fez o país ser o que é hoje. O maior exemplo disso são os 14 Prêmios Nobel que os centros de pesquisa israelense já ganharam. Ao todo, são nove universidades, sendo sete públicas.
Na visita à Israel, a comitiva do Instituto Caldeira, formada pelo time interno e empresas da comunidade, vai conhecer um pouco mais sobre cada vértice da inovação no país, reunindo-se com empresários israelenses, representantes do governo e Exército, startups com alto potencial de crescimento e os principais centros acadêmicos do país.
Há também na agenda encontros com fundos de venture capital, para entender o quão aquecido está o mercado de tecnologia. O hub de inovação de Porto Alegre já visitou Israel em 2022 e tem outra visita agendada para este ano, além da que será realizada em setembro.