“Qual a melhor forma de aprender sobre IA?”, por Ricardo Geromel, líder presente na Missão ao Vale do Silício
O empresário e escritor Ricardo Geromel esteve entre os líderes que participaram da Missão ao Vale do Silício com foco em Inteligência Artificial, promovida pelo Instituto Caldeira. Autor dos best-sellers “O poder da China: o que você deve saber sobre o país que mais cresce em bilionários e unicórnios” e “Bi.lio.nár.ios”, Geromel também foi repórter e colunista da Forbes USA, escrevendo a única matéria de capa da revista com um brasileiro. O Instituto Caldeira está com as inscrições abertas para a nova Missão ao Vale do Silício, que ocorrerá entre os dias 1º e 6 de dezembro. As organizações interessadas devem realizar um pré-cadastro através deste link.
– Por Ricardo Geromel:
Você já sabe que AI vai revolucionar nossas vidas e nossos negócios. O que você está fazendo sobre esse assunto? Eu fui um dos fundadores do San Francisco Deltas, time de futebol profissional nos EUA que foi campeão nacional em 2017. Nós tentamos fazer “AI TICKETING”. Não deu muito certo, mas aprendemos muito.
Se você pudesse fazer qualquer coisa no mundo para aprender o máximo possível sobre AI, o que você faria? Tente responder a essa pergunta. Ela é tão séria que foi até parar no título. Foi o que o Marciano Testa, chairman do Caldeira, e o Pedro Valério, diretor executivo do hub, me perguntaram. E a resposta foi simples e abraçada pela comunidade do Instituto Caldeira.
No Ocidente, o epicentro da revolução de AI acontece no Vale do Silício (pode pegar as métricas de cias geradas, capital investido, aplicações práticas, etc. – nenhum lugar no Ocidente chega perto do Vale no assunto AI). Seria ótimo ir lá aprender com quem está realmente sendo protagonista nessa revolução, evitando (I) aquelas aulas extenuantes que começam na origem do AI e passam por cada uma das suas ondas, (II) charlatões que se transformaram em especialistas em AI (vários foram especialistas em metaverso e serão especialistas em outras ondas).
Uma das máximas do Vale é que, nesse mundo em plena evolução, os melhores empreendedores são “máquinas de aprender”. É preciso levar a sério a pergunta: como você aprende?
Gosto de me definir como “aprendedor profissional”. Eu achava que a melhor maneira de aprender era ler. Sempre fui um leitor voraz. Mas o perfil do cofundador do Airbnb causou um grande impacto no modo como busco aprender. Como um jovem de 33 anos aprende a liderar uma empresa que vale bilhões de dólares e emprega mais de 2 mil pessoas em 21 escritórios ao redor do mundo? Brian Chesky descreveu como faz para aprender da melhor e mais rápida maneira, chamando seu estilo de “ir direto à fonte” (going to the source). Basicamente, se você tem tempo limitado para aprender sobre algo específico, gaste a maior parte do tempo pesquisando quem seriam suas melhores fontes naquele tópico – depois vá direto a elas. As fontes podem ser livros, jornais acadêmicos, mas geralmente são pessoas ou autores de livros, textos ou estudos. Para aprender sobre recrutamento, Chesky não foi falar com executivos de Recursos Humanos (RH). Em vez disso, escolheu aprender com agentes de atletas, pois o principal diferencial dos agentes de mais sucesso é recrutar e manter excelentes talentos em seu portfólio. Chesky também conversou com Mark Zuckerberg sobre redes sociais, com Jeff Bezos para aprender como escalar seu negócio e com Warren Buffett a propósito de investimentos. A fórmula do Chesky funciona! E o meu objetivo com a nossa imersão em AI foi aprofundar em AI como um bilionário faria!
Você gostaria de aprender como um bilionário? Eles vão direto à fonte. No meu trabalho e no meu dia a dia, levo essas fontes para as pessoas. Tenho orgulho das fontes que consigo levar para quem vem aprender comigo.
Então, vamos dividir sobre uma empresa que visitamos e fomos recebidos por um diretor que trabalha lá faz mais de 15 anos: NVIDIA, que vale mais de US$ 3 tri! O que você sabe sobre essa empresa? Como ela impacta o seu dia a dia?
A NVIDIA é muito mais do que uma empresa de GPUs. Seus chips não só alimentam o setor de games, mas também são a espinha dorsal da revolução da inteligência artificial. O que mais me impressionou foi ver como a NVIDIA está posicionada para crescer ainda mais.
A NVIDIA se destaca como uma das empresas mais fundamentais na revolução da Inteligência Artificial (IA), graças à sua capacidade de desenvolver hardware e software que atendem à demanda crescente por processamento de dados em escala. Em um mundo onde a IA se tornou central para a inovação em diversos setores, desde a medicina até os automóveis autônomos, a NVIDIA oferece soluções que permitem que esses sistemas complexos sejam treinados e executados de forma eficiente. Os processadores gráficos (GPUs) da empresa se tornaram a base para a maioria dos modelos de machine learning e deep learning, acelerando exponencialmente o tempo necessário para processar grandes volumes de dados.
O diferencial da NVIDIA está na sua abordagem de criar um ecossistema integrado de hardware e software, que inclui as GPUs de última geração e uma gama de ferramentas como a CUDA e a plataforma NVIDIA AI. Essas tecnologias facilitam o desenvolvimento de soluções de IA ao permitir que desenvolvedores e pesquisadores aproveitem ao máximo o poder de processamento oferecido pelas GPUs. Isso é especialmente relevante em tarefas de treinamento de redes neurais, onde é necessário lidar com cálculos matemáticos complexos e manipulação de grandes quantidades de dados. A eficiência e a precisão dos chips da NVIDIA têm sido essenciais para o avanço de modelos como os de linguagem natural e visão computacional.
Além do hardware, a empresa também investe pesado em pesquisa e desenvolvimento, colaborando com universidades, startups e grandes corporações para criar novas aplicações de IA. A NVIDIA tem impulsionado áreas como a robótica, computação gráfica e até mesmo o metaverso, oferecendo a infraestrutura necessária para a criação de ambientes virtuais cada vez mais realistas e inteligentes. Com isso, a empresa se consolida como uma peça central na construção do futuro digital, permitindo que ideias que antes pareciam ficção científica se tornem parte do cotidiano.
A Nvidia acaba de lançar uma bomba: seu novo modelo de IA é aberto, massivo e pronto para rivalizar com o GPT-4. O lançamento do NVLM 1.0 pela Nvidia marca um momento crucial no desenvolvimento de IA. Ao tornar open-source um modelo que rivaliza com gigantes proprietários, a Nvidia não está apenas compartilhando código – está desafiando a própria estrutura da indústria de IA. A decisão da Nvidia também levanta questões sobre o futuro dos modelos de negócios de IA. Se modelos de última geração se tornarem disponíveis gratuitamente, as empresas podem precisar repensar como criam valor e mantêm vantagens competitivas em IA. O verdadeiro impacto do NVLM 1.0 se revelará nos próximos meses e anos. Ele pode inaugurar uma era de colaboração e inovação sem precedentes em IA. Ou pode forçar um acerto de contas com as consequências não intencionais da IA avançada e amplamente disponível. Uma coisa é certa: a Nvidia deu um chacoalhão na indústria de IA. A questão agora não é se o cenário mudará, mas quão drasticamente — e quem se adaptará rápido o suficiente para prosperar neste novo mundo de IA aberta.
Nessa visita, tivemos diversos aprendizados valiosos e ainda nos ofereceram um happy hour na sede da empresa. Não há melhor maneira de absorver conhecimento do que conversando diretamente com quem está moldando o futuro.
O Instituto Caldeira vai organizar outra viagem ao Vale do Silício. Nos vemos lá!