Para reconstruir o RS é preciso transformar esperança em verbo conjugado no coletivo, diz pesquisadora
A nossa capacidade de compartilhar esperança, e transformá-la em verbo conjugado no coletivo, é o que irá nos manter ativos durante os anos de reconstrução do Rio Grande do Sul. Sob o ponto de vista do empreendedorismo, são indústrias inteiras devastadas e um prejuízo total estimado em R$40 bilhões. As enchentes também atingiram duramente o 4º Distrito de Porto Alegre, inundando casas, escolas, negócios e a sede do Instituto Caldeira.
Mas como escreveu, na década de 1980, o nativista Leopoldo Rassier, em uma canção que é síntese da resiliência gaúcha, “Não podemos nos entregar de jeito nenhum!”.
Para enfrentar com firmeza os desafios que já se impõem na economia do RS, como garantir empregos, linhas de créditos aos empreendedores e a reconstrução de negócios destruídos, precisamos cultivar a esperança de que só vamos alcançar um futuro próspero se o construirmos juntos.
Não existe vida sem esperança. Mas esperança não pode ser apenas um ato de fé, de espera por algo que vai acontecer. Precisamos transformar a esperança em ação coletiva, em verbo Esperançar, defende a psicóloga e pesquisadora Luciane Paim.
Para Luciane, a esperança enquanto verbo alimenta o sentimento que vale a pena seguir em frente, mas não necessariamente que tudo vai dar certo. “Poder esperançar é também entender que vão existir momentos de desesperança, mas numa construção coletiva um vai dando suporte ao outro”, acrescenta.
Sob o ponto de vista mercadológico, as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul também são um chamado para que as empresas transformem estratégias protecionistas e a velha ideia de competição, pois este será um caminho mais doloroso e demorado.
“É preciso experimentar novas parcerias, novas conexões e novas formas de colaborar. Ou seja, usar a potencialidade da colaboração para reconstruir”, afirma Luciane.
Já estamos vendo grandes empresários ajudando com doações a pequenas e médias empresas, mesmo que estas sejam concorrentes. São pequenas amostras do sentimento de solidariedade que se tornou o combustível da manutenção da esperança no povo gaúcho.
“No Instituto Caldeira, mantemos nosso compromisso de ser o elo de conexão entre todos que continuam acreditando na transformação da atual realidade e na realização da melhor versão de nossa cidade”, escreveu Pedro Valério, Diretor Executivo do Instituto Caldeira, no perfil do hub no Instagram.
O Caldeira sempre se colocou como um agente catalisador da colaboração e da inovação aberta, do empreendedorismo e da busca por soluções inovadoras para problemas complexos. Esta é mais uma oportunidade de mostrar como a cultura do Vamo Dale é capaz de virar o jogo!
“Em um contexto como este em que vivemos, torna-se excepcionalmente urgente nos perguntarmos que cidade queremos para o futuro. Quais são as nossas ambições? Quais são nossas crenças limitantes? Qual nossa capacidade de criar convergências e sinergias, em favor do lugar em que vivemos?” indaga Valério.
Saiba como ajudar
O Instituto Caldeira abriu uma arrecadação de recursos para direcionar aos jovens do programa Geração Caldeira atingidos pelas enchentes no RS. O objetivo do hub é ajudar 100 jovens do programa e seus familiares que tiveram grandes perdas materiais. Todas as contas serão prestadas.
Faça sua doação no PIX: SOSRS@institutocaldeira.org
