caldeira circular

Inovação e sustentabilidade se unem para redesenhar o futuro das cidades em novo projeto do Instituto Caldeira

E se o futuro das cidades não estivesse apenas na tecnologia, mas também na forma como lidamos com o que descartamos? Essa provocação norteia o Projeto Caldeira Circular, iniciativa do Instituto Caldeira que desafia empresas, empreendedores e cidadãos a repensarem o destino dos resíduos e o conceito de inovação. Mais do que criar o novo, o projeto propõe transformar o que já existe, convertendo rejeitos em valor e inspirando novas formas de produzir e consumir.

Durante a Semana Caldeira 2025, que ocorreu no início de outubro, o Instituto deu o pontapé oficial ao Caldeira Circular, consolidando o compromisso do ecossistema de inovação de Porto Alegre com a economia circular e os desafios ambientais do século XXI. O lançamento teve patrocínio exclusivo da Caixa Econômica Federal, que viabilizou uma ativação contínua e integrada ao evento, em uma demonstração prática de que sustentabilidade e inovação podem, e devem, caminhar juntas.

O projeto nasce com uma missão ambiciosa de qualificar a gestão de resíduos, promover a educação socioambiental e inspirar transformações culturais. A meta é clara: unir tecnologia, propósito e colaboração para construir cidades mais inteligentes, resilientes e conscientes de seu papel diante da crise ambiental global.

Na prática, o Caldeira Circular já começa a mostrar resultados concretos. Um exemplo é a composteira instalada na Guahyba, que dá destino sustentável à borra de café produzida no local. O resíduo, antes descartado, agora se transforma em adubo utilizado na produção de tomates na Fazenda Urbana SLC, criando assim um ciclo virtuoso que ilustra o potencial transformador da circularidade.

Outro destaque é a startup Persepolis, que criou um repositório para recolher e recondicionar computadores usados, estendendo o ciclo de vida dos equipamentos e evitando o descarte inadequado de lixo eletrônico.

As próximas etapas incluem a criação de um grupo de trabalho formado por SLC, Trashin, Persepolis e Prefeitura de Porto Alegre, com o objetivo de estruturar novas ações, como a compostagem de copos biodegradáveis e erva-mate – um passo importante rumo à ampliação do impacto ambiental positivo.

Durante o evento de lançamento, o público foi convidado a vivenciar o conceito de circularidade de maneira sensorial. Um ateliê expositivo instalado ao lado de um dos palcos principais da Semana Caldeira funcionou como vitrine viva do projeto. No espaço, costureiras parceiras transformavam guarda-chuvas coletados em brindes exclusivos, confeccionados em tempo real. O resultado foi um ambiente dinâmico e inspirador, que uniu design, sustentabilidade e impacto social.

Mais do que uma mostra, o ateliê tornou-se um ponto de encontro entre ideias e práticas, conectando visitantes, empreendedores e especialistas em torno de um mesmo propósito: mostrar que é possível inovar sem esgotar recursos, e sim regenerá-los.

A programação contou ainda com dois painéis temáticos dedicados à economia circular, reunindo especialistas e representantes de instituições parceiras. As discussões abordaram desde a importância da circularidade nas cadeias produtivas até o papel dos territórios de inovação na transição para modelos mais colaborativos e sustentáveis.

Com uma presença transversal durante toda a Semana Caldeira, o Caldeira Circular para além de lançar um projeto, começou um movimento. Um convite para repensar o modo como se produz, se consome e se descarta, conectando o ecossistema de inovação de Porto Alegre a uma agenda global de responsabilidade e regeneração.