
IBM aposta em Inteligência Artificial aplicada e uso ético para escalar resultados
Com mais de cem anos de história e décadas de pesquisa em Inteligência Artificial, a IBM tem reforçado sua presença no mercado brasileiro, especialmente no desenvolvimento e aplicação de soluções que conectam tecnologia à estratégia de negócios. O protagonismo da empresa vai além da inovação técnica: é também uma questão de cultura, liderança e propósito. A informação é do presidente da IBM América Latina, Antonio Martins ou Tonny Martins, como é mais conhecido. O executivo participou de um bate-papo com a colunista de inovação Patricia Knebel, no South Summit Brazil, em Porto Alegre.
A Inteligência Artificial da IBM está conectada ao Brasil desde 2014. De lá para cá, a companhia já participou de mais de 500 projetos de IA aplicados em empresas de diferentes portes e setores da economia.
Grande parte desses casos envolveu o uso de IA tradicional, com foco em eficiência e gestão, dentro de indústrias diversas. São soluções concretas que impactam diretamente o negócio.
Segundo Martins, a IA precisa ser pensada de forma conectada, explicável e segura quando aplicada ao mundo corporativo. “Não se trata apenas de tecnologia. A Inteligência Artificial precisa ser aberta, capacitadora, com propósito específico e intensiva em dados.”
Um dos exemplos está na área de vendas, onde a IA tem sido usada para corrigir erros grosseiros de precificação e melhorar a acuracidade nas propostas comerciais. “Já vimos empresas com mil vendedores cometendo falhas sistemáticas que comprometiam o faturamento. Quando bem aplicada, a IA pode corrigir esse tipo de distorção e ainda gerar ganhos significativos de eficiência.”
Em um período de três anos, os projetos de automação e inteligência artificial implementados pela IBM geraram aproximadamente R$ 3,5 bilhões em ganhos de eficiência para a empresa. “Isso só foi possível porque partimos de casos de uso concretos. A IA, para escalar, precisa estar conectada à gestão dos negócios. Recursos humanos, portfólio, vendas e TI”.
A IBM também tem ampliado suas parcerias com centros de inovação, como o Instituto Caldeira, onde realiza experimentos e programas de capacitação. “Ainda há uma visão rasa sobre o que é IA em muitos níveis de decisão. Nosso papel é ajudar empresas a pilotar essa transformação com propósito, conhecimento técnico e visão estratégica.”
Apesar da forte presença no mercado, Martins alerta para a proliferação de projetos de IA que não entregam valor real. “Tem muita fumaça por aí, empresas falando de IA sem, de fato, usar a tecnologia de forma estratégica. O risco operacional é imensurável. É por isso que insistimos na importância de um posicionamento ético e na gestão segura dos dados.”