IA e Copiloto darão salto quântico de desempenho, diz Cerqueira, executiva da Microsoft

O tamanho do impacto que a inteligência artificial (IA) trará em todas atividades profissionais ainda está sendo calculado, mas o salto de qualidade e eficiência já é gigantesco – e deve aumentar. A tecnologia caminha para que todos tenham, em um futuro bem próximo, a IA como copiloto de seus projetos, com interações humanas cada vez mais precisas e imersivas, conta Andrea Cerqueira, vice-presidente de Vendas da Microsoft.

A empresa fundada por Bill Gates sempre esteve à frente quando o assunto é popularização da tecnologia, mas a vanguarda ganha um novo breaking point com Microsoft 365 Copilot. A partir dele, o Processamento de Linguagem Natural (NLP) – e ferramentas como o ChatGPT – vão a outro patamar e passam a ser integradas a todo pacote de serviços da bigtech.

A IA vai aumentar de forma quântica nossa eficiência, com ganho de produtividade geral e específica em todas atividades. O que era feito em anos passa a ser feito em dias sob a ótica do mercado. Tanto é, que 87% das empresas acreditam que vai dar vantagem competitiva aos seus negócios”, diz Andrea Cerqueira durante a Semana Caldeira, realizada em Porto Alegre.

Na visão da executiva, o ponto de ruptura que o Copilot vai gerar se assemelha a popularização do mouse e do Excel – acredito que você conheça esses dois, certo? “São incorporações inéditas, tanto no pacote Office quanto no mercado”, por exemplo a executiva.  

Por exemplo, já é possível pedir para o chat do Powerpoint construir uma apresentação do zero, basta o usuário indicar o que quer e a base de informações; também pode criar artes gráficas e BIs a partir de comandos prompt ou pedir o resumo por escrito de uma reunião realizada no Microsoft Teams. Outra integração é traduzir a linguagem natural para linguagem de programação com simples comandos. 

Algumas dessas integrações com a IA já estão abertas ao grande público, como o  Bing, browser da Microsoft já ligado ao ChatGPT. No entanto, o Copilot só está disponível em uma versão prévia privada nos Estados Unidos e atualmente só entende instruções em inglês. 

Ou seja, falta pouco para que essa nova revolução digital se popularize de forma parecida com que o Excel fez há mais de 30 anos. Andrea antecipa que, em até três meses, o Copilot estará disponível em português no pacote de serviços da Microsoft.  

O Copilot também deve marcar uma nova fase da algoritmização, já que o nível de personalização depende da base de dados e das informações que cada usuário e instituição abre para a máquina. Isso, obviamente, tem levantado diversos debates éticos sobre privacidade.

“Temos Copilots embedados em nossos softwares que estão prontos para uso. Outra possibilidade são os algoritmos de IA dentro da nuvem Azure, que vai permitir criar APIs próprias e, consequentemente, Copilotos personalizados e baseado exclusivamente nos dados do usuário. 

Andrea explica que as bigtechs  – e a Microsoft obviamente se inclui – estão desenhando os princípios para uso de IA e segurança de dados ao mesmo tempo em que ela é aperfeiçoada. Porém, segundo a executiva, é natural que essas discussões ocorram com a chegada de tecnologias que rompem o status quo

Quando o carro se popularizou, os primeiros acidentes demandaram que a sociedade fizesse um contrato social para lidar com a nova tecnologia: definir limite de velocidade nas estradas, uso do cinto de segurança e etc. O mesmo está acontecendo com o Copilot e IA.

Na empresa de Bill Gates os princípios internos sobre uso da IA foram definidos em 2017 e o principal compromisso é não usar os dados dos usuários (incluindo prompts, respostas e os dados de negócios que o Copilot usa para formular sua resposta) para treinar os LLMs (modelos de linguagem grandes) básicos que utilizados pelo Copiloto.

A palestra completa da vice-presidente de Vendas da Microsoft, Andrea Cerqueira, e todos os conteúdos da agenda Caldeira estão disponíveis no APP para ver e rever. Se você é membro da comunidade Caldeira, baixe o app do Instituto Caldeira na Apple Store ou Play Store.

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