Fundador do Caldeira, Agibank é eleito uma das principais fintechs do mundo pela CNBC e Statista
A gaúcha Agibank foi listada entre as 200 principais fintechs do mundo, segundo um ranking pioneiro da CNBC, canal de notícias econômicas dos Estados Unidos, em parceria com a Statista, plataforma de geração de dados alemã. O Agibank, que é uma das primeiras empresas fundadoras do Instituto Caldeira, se destaca como um das cinco startups brasileiras que despontam no ranking.
A lista apresenta as empresas mais disruptivas quando o assunto são produtos e serviços financeiros digitais, divididos em 10 categorias – o Agibank foi destaque no segmento neobanking.
Esse reconhecimento mostra a relevância que o Agibank assumiu nos últimos anos, mas também é uma coroação do ecossistema de inovação gaúcho, comenta Marciano Testa, fundador da instituição e atual presidente do Caldeira.
“Como articulador do Pacto Alegre e um dos fundadores do Caldeira é um motivo de orgulho imenso celebrar esse destaque internacional, pois é reflexo do trabalho de todo ecossistema. A gente nota, por exemplo, o crescimento dos aportes e internacionalização das startups da comunidade”, reforça.
Com a presença no ranking, a instituição que já vinha acelerando sua estratégia de internacionalização, fica ainda mais atraente na vitrine global de soluções financeiras. Até porque, na mesma semana em que foi listado, o Agibank também apresentou seus resultados do semestre, com lucro líquido de R$ 146,6 milhões, 238,5% superior ao mesmo período de 2022.
No caso do Agibank, o banco fechou o semestre com mais de de 2,2 milhões de clientes ativos, com uma média de cinco produtos ativos por cliente correntista. A carteira de crédito bruta da instituição atingiu R$ 12,5 bilhões, um avanço de 48,0% quando comparado a junho de 2022, e de 10,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
Instituto Caldeira | Quais os caminhos para um resultado tão expressivo como o que a instituição apresentou neste semestre.
Marciano Testa | Isso é resultado de uma estratégia bem desenhada que começou há alguns anos. Eu lembro que o Agibank começou como um marketplace de crédito e passou a ser uma instituição financeira a partir de 2019. Temos ainda uma longa trajetória.
Basicamente, estamos disruptando o modelo financeiro tradicional, a função das agências físicas e também estamos gerando inclusão digital e uma educação financeira tremenda.
As nossas 900 agências, que chamamos de smart hubs, não possuem caixas eletrônicos, por exemplo. São pontos de assessoria para as gerações que não são nativas digitais e demandam esse apoio. O Brasil possui ainda mais de 100 milhões de pessoas que precisam de ajuda em plataformas digitais. Esse tipo de atenção ao cliente leva em todos nossos canais de atendimento, o que tem melhorado nosso Customer Experience. O banco tem ficado muito mais eficiente e essa eficiência começa a aparecer agora nos resultados.
Caldeira | A partir disso, quais são as metas do Agibank? A abertura de capital está nos planos?
Testa | No Agibank vemos uma oportunidade imensa de sermos um dos maiores players de serviços financeiros do Brasil nos próximos 5 anos, seja por crescimento orgânico ou inorgânico. Há uma oportunidade clara no segmento de baixa renda, composto por mais de 100 milhões de pessoas no país, o qual chamamos de “Brasil de verdade”. Por isso, a nossa perspectiva é de crescimento entre 30% a 40% a.a. em todas as linhas, logo o IPO não é uma necessidade, mas se um dia fizer sentido, é uma ação que fará parte da nossa estratégia.
Caldeira | O que as conquistas recentes do Agibank também têm a dizer sobre o Instituto Caldeira?
Testa | Eu tenho certeza que se eu tivesse um ambiente como o Caldeira quando eu comecei com o Agibank não teria errado tanto. Além disso, eu seria acelerado de forma muito mais rápida e teria essa importante rede de apoio. O crescimento do Agibank, assim como os demais empresas da comunidade, com certeza tem o fator colaborativo do Caldeira envolvido. As startups que estão nascendo após a fundação do ecossistema de inovação já contam com esse ambiente.
Além do apoio ao empreendedorismo, os projetos educacionais também são um motivo de orgulho. Pelo programa Nova Geração, nós estamos mudando a vida de milhares de jovens do ensino público, com o apoio de grandes empresas de tecnologia, como o Agibank, que é um parceiro empregador desses talentos.
Caldeira | O que você tem para falar startups e empresas da comunidade Caldeira que buscam se internacionalizar, e tem o Agibank como exemplo?
Testa | Eu acredito que a internacionalização é um caminho natural até porque hoje o mundo não tem fronteiras quando falamos em serviços com alta carga de tecnologia, principalmente após a pandemia. Outra oportunidade que se abre é buscar a mão de obra estrangeira altamente qualificada, já que a reforma trabalhista ressignificou muito as relações de trabalho, simplificando diversos processos. Eu acho que muitas das startups dentro do nosso ecossistema deveriam olhar o mercado global, até porque hoje você não precisa nem mudar fisicamente para ter presença em outros países.