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Em parceria com a Questtonó, Instituto Caldeira marca presença no Web Summit e Startup Guide Summit em Lisboa

Reafirmando o compromisso com o uso da tecnologia e da curiosidade para impulsionar a inovação e a transformação digital de forma responsável e estratégica, o Instituto Caldeira e a Questtonó participaram recentemente do Startup Guide Summit e Web Summit, em Lisboa. 

Os encontros globais não deixaram dúvida do poder da inteligência artificial (IA) e o impacto dessa tecnologia no futuro dos negócios e da sociedade no centro das discussões. 

Ferramentas baseadas em IA, como o ChatGPT, têm revolucionado a maneira como processamos informações, com tempos de resposta  de apenas 10 segundos para uma variedade de tópicos. Esse avanço traz uma nova perspectiva para a criação de processos e estruturas automatizadas, gerando mais eficiência e valor para organizações em diversos setores.

As palestras e painéis do Web Summit abordaram o futuro da IA, com destaque para a transformação das cidades, as novas lógicas de gestão de pessoas e o papel dos agentes de IA, sistemas autônomos capazes não apenas de fornecer respostas, mas de agir e resolver problemas de forma independente

Uma coisa ficou clara para quem acompanhou as discussões: o grande foco não é apenas a tecnologia, mas em como interagimos com ela

Saber fazer as perguntas certas se tornou essencial para aproveitar o máximo de potencial das ferramentas de IA. Eric Johnson, CEO da SurveyMonkey, compartilhou sua experiência, destacando que perguntas bem formuladas podem direcionar a IA e as pessoas para respostas mais profundas e decisões mais precisas. Ele enfatizou que perguntas claras e objetivas, baseadas em dados sólidos, evitam erros e melhoram os resultados.

Com base em mais de 84 bilhões de perguntas feitas ao longo de 25 anos de dados da SurveyMonkey, Johnson apresentou o framework “Curious”, que propõe uma abordagem prática para formular melhores perguntas. Este modelo envolve criar um contexto claro para a questão, utilizar uma linguagem simples e objetiva, estabelecer objetivos de pesquisa bem definidos, manter uma postura investigativa e garantir a segurança dos dados. 

O impacto de boas perguntas também foi ressaltado por Atul Bhardwaj, CTO da LEGO, que compartilhou como as perguntas estratégicas foram fundamentais para a transformação digital da empresa.

Ao longo de sua jornada de inovação, a LEGO usou seis pilares baseados em perguntas chave que alinharam a inovação com a cultura da empresa. Essas questões ajudaram a definir desde a missão, como “Como podemos continuar ajudando as pessoas a aprender brincando?”, até a criação de experiências inovadoras para diferentes públicos, incluindo parcerias com a Epic Games e o desenvolvimento de aplicativos como o Lego Play. A LEGO demonstrou que perguntas estratégicas não só orientam a inovação, mas também ajudam a manter a empresa focada e alinhada com seus objetivos.

Esses exemplos reforçam a importância de formulários de perguntas bem estruturadas em qualquer processo de inovação. Eles direcionam ações, reduzem falhas e garantem que a tecnologia, como a IA, esteja a serviço de valores e objetivos claros. 

Confira abaixo o artigo do Instituto Caldeira em parceria com a Questtonó, estúdio de inovação orientado pelo design e parceiro estratégico do instituto. 

Conheça os diferentes tipos de pergunta para decisões estratégicas e inovação

Em um cenário repleto de dados e respostas acessíveis, a capacidade de formular boas perguntas é essencial para orientar ações, decisões e descobertas. O pensamento de design oferece uma nova perspectiva ao dividir as perguntas em duas categorias principais: Perguntas Gerativas, que promovem o pensamento criativo e abrem possibilidades e Perguntas Objetivas, que focam em obter respostas claras e específicas para necessidades diretas.

Perguntas Gerativas – Formuladas para expandir horizontes e explorar alternativas. Ideais para brainstorming e inovação, elas incentivam o pensamento divergente e ajudam a descobrir caminhos novos e inesperados. Há cinco tipos principais, cada um desempenhando um papel específico para expandir a visão e incentivar a criatividade.

1. Proposta/Negociação – Formulada para sugerir uma ideia ou promove uma negociação sobre um conceito, incentivando feedback e colaboração. Em vez de buscar uma resposta definitiva, essas perguntas abrem caminho para novas perspectivas e possibilitam um processo de criação compartilhada.

Exemplo: Quais novas funcionalidades poderíamos adicionar ao nosso programa de fidelidade para aumentar o engajamento?

2. Criação de Cenário – Formuladas para construir hipóteses, explorar diferentes resultados e refinar os requisitos para um projeto ou produto. Essas perguntas são especialmente úteis para imaginar contextos variados e antecipar reações e adaptações necessárias.

Exemplo: Quais desafios e oportunidades surgirão se expandirmos para o mercado asiático no próximo ano?

3. Exploração de Ideias –  Formuladas para gerar de uma diversidade de ideias. Elas promovem a liberdade de associações e permitem que novas possibilidades e funcionalidades emergem espontaneamente.

Exemplo: Existem formas alternativas de melhorar a experiência do cliente sem aumentar o custo?

4. Elaboração de Método –  Formuladas para explorar diferentes maneiras de alcançar um objetivo específico. Essas perguntas incentivam a busca de abordagens alternativas, criando um repertório de métodos que podem ser adaptados e testados.

Exemplo: Que outras abordagens podemos adotar para reduzir o tempo de onboarding de novos clientes?

5. Alavancas – Formuladas para identificar os recursos, estados ou condições que podem viabilizar ou facilitar uma ação específica. Elas ajudam a reconhecer o que é necessário para apoiar o desenvolvimento de uma ideia ou projeto, tornando o processo mais eficaz e sustentável.

Exemplo: Que capacidades internas podemos fortalecer para ganhar vantagem competitiva no próximo trimestre?



Perguntas Objetivas

Formuladas para obter respostas claras e específicas, facilitam decisões práticas e o alinhamento de detalhes operacionais. São essenciais para eliminar incertezas e garantir segurança no avanço de um projeto. Dentre alguns critérios que tornam uma pergunta objetiva, vale destacar:

1. Clareza – A pergunta deve ser formulada de maneira direta e transparente, evitando ambiguidades ou termos que possam ser interpretados de diferentes formas. Perguntas claras ajudam a evitar confusão e garantem que todos os envolvidos compreendam a intenção.

Exemplo: Em vez de “Qual é o tempo de resposta?” prefira “Qual é o tempo médio de resposta do cliente à nova funcionalidade?”

2. Especificidade – A pergunta precisa focar em um aspecto específico do problema ou do projeto, evitando generalizações que possam levar a respostas amplas demais. A especificidade direciona o foco da resposta para um aspecto definido.

Em vez de “Qual é o desempenho da nova campanha?”, prefira “Quantos leads qualificados foram gerados pela nova campanha no primeiro mês?”

3. Mensurabilidade – Sempre que possível, a pergunta deve solicitar respostas que possam ser quantificadas ou medidas. Isso torna as respostas mais úteis para análises e comparações, facilitando a interpretação objetiva dos dados.

Em vez de perguntar “Como foram as vendas no último trimestre?”, prefira “Qual foi o percentual de crescimento nas vendas no último trimestre?”

Ao combinar Perguntas Gerativas, que ampliam possibilidades e estimulam a criatividade, e Perguntas Objetivas, que trazem clareza e precisão, equipes conseguem navegar melhor pela abundância de informações e tomar decisões mais estratégicas e orientadas para a inovação. Saber quando e como usar cada tipo é essencial para alcançar melhores resultados.