obra de arte

Consistência, propósito e paixão geram conexão com consumidores, apontam especialistas

Banrisul apresenta:

Como atrair e prender a atenção das pessoas num mundo tão veloz e conectado? Esse questionamento guiou o painel “Histórias que Conectam – Conteúdo como motor de marca, comunidade e consumo” no terceiro dia da Semana Caldeira. E as opiniões dos painelistas que dividiram o palco são diversas. Para Renata Altenfelder, Diretora de Marketing das Lojas Renner, enquanto as marcas vivem uma “guerra de atenção”, o segredo é um só: não entrar na guerra.

“Não é sobre quem grita mais ou chama mais a atenção, mas sobre quem é mais consistente e quem conhece melhor o que está vendendo, o seu propósito, quem tem paixão”, defendeu a executiva. Ainda que seja uma entusiasta da tecnologia, ela reforça que a inovação só tem resultados positivos se bem alinhada com o propósito da marca. “Você precisa ter consistência em onde seu consumidor vai te achar. Isso que importa.”

Já Ricardo Dias, CEO e co-fundador da Adventures, alertou que, para além da criação e da inovação, o que realmente deve ditar onde a marca está é o resultado final, a venda. “Atenção é traduzida em venda. Criatividade que não vende é obra de arte. Se a criação não vendeu, para uma marca, ela não serve para nada. Pode ser bonita, tem um valor subjetivo, mas na prática não vale nada.”

Nessa disputa de atenção, Ricardo afirmou que estamos, hoje, diante de um dos maiores fenômenos dos últimos tempos: o TikTok Shop. A ferramenta é um dos mais recentes lançamentos da rede social e já está mudando o hábito de compra dos usuários, além de fazer com que as marcas repensem boa parte das suas estratégias.

Se você perdeu, lá atrás, o bonde do Instagram, não perca agora o bonde do TikTok. Prestem atenção, porque tem uma revolução acontecendo e que ainda vai mudar muita coisa nos próximos 12 meses aqui no Brasil.

Um dos grandes desafios citados durante o painel é como conseguir manter a relevância da marca enquanto usuários e consumidores são impactados por tantos conteúdos diferentes ao mesmo tempo. “O próprio TikTok opera com um algoritmo que ‘beneficia’ muito mais o conteúdo do que o perfil em si. E o que mais acontece hoje é as pessoas falarem ‘ah, lembra daquela menina que faz tal coisa no TikTok?’ Ou ‘aquela marca que faz tal coisa?’. Mas no momento em que tu passa a ter relevância, as pessoas vão se lembrar do teu nome, da tua marca, e não só de um vídeo em específico. Esse é o grande desafio para as marcas hoje: ter relevância de verdade”, destacou Manuela Bordasch, CO-Founder Steal The Look & PUSH.

Renata ainda reforçou que, mesmo por trás de uma empresa sólida e consolidada como a Renner, seguir estudando não é uma opção, mas obrigação dos líderes e gestores. “Não dá para parar de estudar e de ter curiosidade, porque o mundo muda muito. Hoje já não existe mais funil de comunicação, funil de vendas, essa longa construção de marca. Hoje você ama, você se apaixona e se conecta por uma marca num clique”, refletiu. “Assim como você quebra a conexão, para de seguir e nunca mais compra nada, tudo na mesma rapidez”, completou Ricardo.

Uma opinião compartilhada por Renata e Manuela é a importância do olhar atento para as parcerias. Em um cenário onde se disputa tanto espaço, as empreendedoras — que já realizaram parcerias entre Renner e Steal The Look — reforçaram que não é sobre falta de conhecimento ou de poder que uma empresa já consolidada não cria um novo canal de conteúdo, mas sim sobre entender que ninguém cresce sozinho.

“Eu, como Renner, no bom sentido da coisa, uso o canal da Manu para poder chegar também na minha comunidade, porque ela fala e ela sabe falar com aquela comunidade específica melhor do que eu, e não tem problema nenhum em falar isso. É extremamente importante no mundo de hoje você ter bons parceiros e aliados, porque é impossível você crescer uma marca sozinha. Impossível. Ninguém faz isso.”