Clustergamers

Clustergamers traz insights sobre maior evento da indústria de games e anuncia programa de aceleração ao setor

O Clustergamers, iniciativa que visa desenvolver a indústria de jogos no Rio Grande do Sul, esteve presente no Game Developers Conference 2024, maior encontro global de desenvolvedores, estúdios e gamers do mundo, realizado em São Francisco, Califórnia. Nesta semana, representantes da 1ª  missão internacional do cluster participaram de um talks no Instituto Caldeira para trazer insights colhidos no GDC 2024 e anunciar os próximos passos da iniciativa gaúcha. 

Durante o painel foi anunciado o lançamento de um novo programa de aceleração, exclusivo para estúdios de games nacionais, previsto para acontecer neste ano no hub de inovação. Outra novidade do Clustergamers será a realização de um campeonato de e-sports, envolvendo competidores de escolas e universidades, e com jogo desenvolvido no Brasil, que ainda não foi definido.

De acordo com Cristiano Max, idealizador do projeto e coordenador do mestrado em Indústria Criativa da Feevale, há três pontos que precisam ser trabalhados para desenvolver o mercado de games no Brasil.

Olhando para a situação de outros países, vejo que devemos criar mais programas de aceleração e incubação conectados com investidores (seed money) ou recursos de fomento para produção. Atualização tributária para atração de empresas e, por fim, fortalecer a conexão dos games com a indústria audiovisual, pontua Max.

Segundo pesquisa da Newzoo (2021), o Brasil é o maior mercado de games da América Latina e o 10º no mundo em receitas. Já o Rio Grande do Sul desponta como um dos estados com maior concentração de desenvolvedoras (58), ocupando a 3ª posição nacional. O país possui cerca de 94,7 milhões de jogadores, considerado o 5º em população online.

A estimativa é que existam 1009 estúdios na indústria de games brasileira, conforme a Abragames. Sendo que, entre 2018 e 2022, o crescimento é projetado em 152% em número de novas empresas.

“O Rio Grande do Sul é pioneiro no mundo dos jogos digitais no Brasil, temos a maior receita per capita do país quando trata-se dos estúdios de games, com R$ 80 milhões de faturamento. Além disso, a América Latina ultrapassou a América do Norte em número de jogadores pela primeira vez na história. Isso é muito importante”, explica Everton Vieira, presidente da ADJogos.

Créditos: Instituto Caldeira.

Para Eduardo Fraga, representante do Instituto Caldeira no projeto, a participação do Clustergamers no GDC 2024 é um marco para o Estado e vai contribuir para pavimentar o futuro da indústria de games gaúcha. 

Em entrevista com 196 empresas do setor, uma pesquisa de 2022 da Abragames mostra como a internacionalização de desenvolvedoras brasileiras ainda é incipiente, assim como sua presença em eventos internacionais. 

Segundo a pesquisa, 39% participaram de eventos internacionais como ouvintes, 33% participaram de rodadas de negócios, 17% estiveram presentes como expositores em eventos internacionais de negócios, e apenas 13% participaram de missões comerciais para o exterior. Por isso, a missão ao evento é um marco para a indústria gaúcha.

A edição deste ano do GDC recebeu cerca de 30 mil participantes durante os cinco dias de evento, mais de mil palestrantes e a presença de marcas como Nvidia, Google, Sony e Nintendo, assim como mais de 300 empresas que compõem o panteão da maior indústria de entretenimento. 

“Estabelecemos muitos contatos com outras empresas e instituições brasileiras, e com delegações internacionais, a exemplo da delegação da Bélgica. Voltamos ao Brasil com mais clareza sobre a importância da indústria de games em desenvolver a inovação como um todo”, diz o representante do Instituto Caldeira no projeto.

Para além do desenvolvimento de jogos, outros setores da tecnologia e inovação podem ser acelerados pela indústria dos games, pois ela sempre será vanguarda em tecnologia. Queremos mostrar como outras indústrias podem aprender com esses profissionais, completa Fraga.

Rodrigo “Chips” Scharnberg, business manager da Hermit Crab, uma das maiores empresas de jogos digitais do Brasil, esteve presente na comitiva e também trouxe insights para a comunidade Caldeira. O estúdio é especializado no desenvolvimento de games para marcas como Barcelona, Paris Saint-Germain (PSG), Manchester City, Gatorade e, recentemente, fechou parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para jogos relacionados à Olimpíadas. Esta foi a 12ª participação de Scharnberg no GDC.

“Nossa missão foi encontrar novos parceiros para os projetos da Hermit Crab. Somos reconhecidos por fazer jogos com marcas, então nosso objetivo é sempre mapear o mercado e entender como ele está funcionando. Mas é também papel das marcas entender que a indústria dos games tem um grande potencial para elas explorarem de forma ativa e imersiva seus produtos”.   

Na visão dos especialistas, outros setores da tecnologia podem se beneficiar do Clustergamers para acelerar a inovação no curto prazo.

Membros da comunidade Caldeira podem assistir na íntegra o painel Gameficando o mundo – Insights e tendências internacionais do mundo de jogos digitais pelo App do Instituto Caldeira.