
“Discussões sobre IA têm tomado caminhos mais interessantes”, por Bruno Costa, CEO da Abstra
Em março, a Abstra teve a oportunidade de participar de um dos maiores eventos de inovação do mundo, o SXSW. Assim como a Drome, a Planton e a Aprix, a startup foi uma das selecionadas no programa Let’s Go to SXSW 2025, que levou empreendedores à 39ª edição do SXSW.
O concurso, promovido pelo Instituto Caldeira, em parceria da Dell® e a Intel®, permitiu que startups brasileiras experimentassem um dos eventos mais importantes no ecossistema de empreendedorismo, inovação e tecnologia. Confira os insights de Bruno Costa, CEO da Abstra, que marcou presença no festival.
-Por Bruno Costa
Takeaway nº 1: Eventos satélites
Assim que cheguei no evento, decidi focar em conhecer o máximo de pessoas possível. Isso me levou a tomar uma decisão polêmica: Não assistir às palestras. Não me leve a mal, existe muito conteúdo incrível sendo passado nessas palestras, mas podem, em menor grau, serem consumidos em regravações. No entanto, conexões humanas feitas durante o evento são insubstituíveis.
Para isso, os eventos satélites ao redor da SXSW são as melhores oportunidades. Na semana anterior, me inscrevi na maior quantidade de eventos possíveis. Foram experiências e conexões inesquecíveis, dentre novos clientes e parceiros, acabei fazendo muitos novos amigos que levarei para a vida.
Takeaway nº 2: Vibe coding
A Abstra é uma plataforma de automação de processos com o uso de programação assistida por IA (Ou agora conhecida como “vibe coding”). Já vimos bastante resistência com relação a nossa tese de manter o código como elemento visível na construção de nossos workflows.
A tese de que as empresas estariam abraçando essa nova forma de resolver problemas não era nada óbvia quando começamos, mas vi o assunto surgir com naturalidade em diversas ocasiões, me deixando ainda mais convicto que estamos no caminho certo.
Takeaway nº 3: Ainda estamos no começo para a IA
A IA continua sendo o assunto do momento, mas as discussões têm tomado caminhos mais interessantes. Notei a audiência do evento de forma geral bem mais madura com o uso da ferramenta como algo cotidiano e muito menos como um tema novo a ser explorado superficialmente. Em especial, o mercado americano claramente mais amadurecido que o brasileiro em temas ligados a tecnologia nos trouxe uma boa visão do que está por vir por aqui.
Olhando para outras grandes transformações tecnológicas, está claro que por mais progresso que tenhamos feito, ainda é um momento muito oportuno para surfar a grande onda. Temos LLMs amplamente disponíveis agora por um pouco mais de 2 anos, podemos facilmente imaginar o quão amplas eram as oportunidades para os negócios de internet em seus primeiros anos, ou para negócios baseados em apps mobile. Acredito que estamos vendo agora o nascimento da próxima geração de empresas extraordinárias na era da IA.
Takeaway nº 4: O CFO do futuro
Vejo em muitos grupos de CFOs o dilema entre o tão sonhado papel estratégico e a realidade operacional e fria. A necessidade de operação constante e manual desperdiça muitos cérebros super qualificados, que tocam o dia-a-dia com impacto marginal no negócio.
Observando os CFOs que conheci no evento, ficou claro pra mim que aquele papel estratégico que os CFOs estudaram em seus MBAs está se tornando finalmente realidade conforme problemas operacionais deixam de ser relevantes (ou pelo menos para aqueles que estão na vanguarda da tecnologia).
Ainda há muito trabalho educativo pela frente para que a tecnologia seja adotada devidamente, mas o futuro é definitivamente promissor.