SLC e Elysios se conectam para criar Fazenda Urbana, uma horta comunitária, dentro do Caldeira
A força de um hub de inovação é medida pela capacidade que ele tem em ser um facilitador das conexões entre as empresas que participam dele. Em ecossistemas de inovação físicos, essas ligações muitas vezes surgem ao acaso, e de maneira natural se transformam em projetos de impacto, com alta capacidade de escala. É o que acontece quase diariamente no Instituto Caldeira. E é para mostrar a potência destes encontros que estreamos hoje uma nova série de conteúdo, o Especial SaaS – Serendipity as a Service.
Um dos cases mais emblemáticos destas conexões, e do potencial futuro de fazer a inovação transbordar para a cidade, é o projeto Fazenda Urbana, que nasceu como fruto da conexão entre a SLC Agrícola, uma das fundadoras do Caldeira, e a Elysios, startup focada em automação de estufas, que participou do programa Ebulição Startups.
Hoje a Fazenda Urbana ocupa um pequeno espaço verde entre os corredores do Caldeira, ao lado do escritório da SLC, e se tornou uma horta de uso comunitário, carregada de tomates, hortaliças e diversas tecnologias de automação para os cultivos. O principal objetivo é fazer um link entre o campo e a metrópole.
Se é possível plantar tomates e outros vegetais em um espaço de 10 metros quadrados, podemos replicar essas hortas em outros lugares, como nas escolas e em comunidades carentes. É isso que a gente quer mostrar, conta Daniele Lopes, Innovation PMO da SLC Agrícola.
A parte tecnológica era fundamental para endossar o projeto como algo realmente inovador, e foi aí que a SLC buscou uma parceria com a Elysios.
O curioso é que a startup já havia desenhado um projeto bem parecido no passado, mas que não havia avançado em razão da pandemia de Covid-19. Na época, foi firmada uma parceria com a Open Food Institute para montar uma horta urbana na orla do Guaíba, mas como ela não saiu do papel, o knowhow da Elysios foi transferido para a Fazenda Urbana do Caldeira.
A horta tem um objetivo mais voltado ao fomento à inovação e a sustentabilidade, sendo muito mais um cultivo modelo do que um cultivo para gerar produção. A horta produz tomate em calhas, que é um tipo de semi hidroponia, onde é injetado fertilizante em linha. Esse é um tipo de manejo que está começando a ser mais utilizado, mas é bem diferente do convencional, explica Frederico Brito, CEO da Elysios.
Além disso, toda água utilizada na produção é de reuso da chuva e são priorizados pesticidas biológicos.
Tudo na horta é automatizado através de um quadro de comando online, que irriga a produção, fornece luz artificialmente, climatiza o ambiente, faz a injeção dos fertilizantes, explica Brito
Manejo em muitas mãos
O espaço também tem sido um laboratório de novas tecnologias, afirma Daniele. Como o projeto recebe estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) para contribuir com a gestão da horta, algumas tecnologias experimentais são testadas na produção.
Dentre eles, um aluno instalou câmeras no local para validar uma tecnologia de contagem de frutos maduros, por exemplo.
O projeto já conta com 20 voluntários e novas empresas estão se conectando para contribuir com a continuidade da Fazenda Urbana, como a startups BioIn e a empresa de defensivos químicos Unifertil, uma das fundadoras do Caldeira. Já a empresa Isla cedeu as sementes da produção.
Outra iniciativa é atrair projetos socioeducacionais, como a Fundação Tênis, sediado no Instituto Caldeira, para que os jovens ali assistidos possam aprender sobre os ciclos de cultivo.
Embora a horta no Caldeira não tenha volume para abastecer projetos sociais, o que é produzido na Fazenda Urbana fica disponível para todos que circulam pela sede do hub e, especialmente, para os voluntários que auxiliam no manejo da horta.
Próxima fase
De acordo com Daniele Lopes, da SLC Agrícola, a intenção é que a Fazenda Urbana se torne um projeto aberto, autônomo e que deixe de ser vinculado a qualquer empresa. Ou seja, que todos da comunidade Caldeira sintam-se parte da horta e contribuam para sua sobrevivência.
“Temos como foco de impacto, buscar o fomento nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e contribuir para buscarmos soluções para uma sociedade com alimentação saudável, sustentável e que seja forma de sustento econômico de pessoas em vulnerabilidade social”, diz Daniele.
Ela acredita que com processos bem definidos e mais voluntários capacitados, o projeto Fazenda Urbana se torne auto sustentável e totalmente autônomo.
Serendipity as a Service
A palavra da língua inglesa ‘serendipity’ significa ‘ao acaso’ em português. Inspirado no termo Software as a Service, especial Serendipity as a Service quer ressignificar esse conceito e aplicá-lo para definir as que conexões e encontros casuais que surgem no Caldeira e se transformam em oportunidades para criação de novos produtos, serviços e soluções inovadoras, que possam atender o mercado e a sociedade, de forma geral. Neste especial, você conhecerá três exemplos de conexões que nasceram ao acaso e ganharam destaque no cenário de inovação.
Fique ligado!
Na próxima semana será publicado mais um caso de Serendipity as a Service, então fique ligado para não perder. Enquanto isso, confira outros conteúdos no Blog do Caldeira.