Felipe Feistler, Shein

Shein, a gigante chinesa, ganha o varejo brasileiro pelo coração da Gen Z

Novas gigantes varejistas, como a chinesa Shein, ganharam espaço e acirraram a concorrência com players tradicionais do mercado brasileiro por causa de um grande diferencial competitivo: a experiência de compra digital imersiva. Bem além dos preços mais baixos que marcas asiáticas ofertam, Felipe Feistler, General Manager Brazil da Shein, acredita que a forte conexão com a Geração Z é um dos principais trunfos da Shein no Brasil.

É uma geração que expressa sua individualidade através das roupas que vestem e das marcas que consomem. A experiência digital é outro fator determinante, diz Feistler.

Esse fenômeno não se restringe ao Brasil: uma pesquisa realizada nos Estados Unidos (EUA) pela Piper Sandler, no final de 2022, mostra que a varejista só perde para a Amazon entre os sites de compras preferidos da Geração Z nos EUA.

Em 2022, a Shein foi o aplicativo mais baixado do Brasil, com 52 milhões de downloads, seguido por outras gigantes chinesas, como Shopee e Aliexpress, que também estiveram no topo das preferências do consumidor no país.

Esses números apontam para um forte apelo do público brasileiro pela nova safra de varejistas. Tanto é, que os planos da Shein são valorizar cada vez mais essa sinergia com o Brasil, seja do lado do consumo ou da demanda. 

Durante o South Summit Brazil 2024, Feistler foi destaque de um painel que abordou os rumos da operação da chinesa em solo nacional. A equipe do Instituto Caldeira acompanhou a participação.

“Em até 2 anos, teremos 85% das peças da Shein produzidas localmente. Hoje a produção local está 55% concentradas no Brasil”.

Um ponto interessante é que a operação tem um “quê” de startup: “Testamos a demanda online com pouco estoque. Oferecemos 200 peças, por exemplo e, se houver procura, aumentamos a oferta. Isso nos permite errar e corrigir rápido”.

Mesmo assim, através de novas inteligências artificiais, Feistler projeta que a marca seja mais assertiva sobre as tendências e desejo dos consumidores. “Vamos reduzir o tempo de procura por produtos com personalizações inteligentes”, projeta o General Manager Brazil da Shein.

Em outro ponto do South Summit Brazil, Christian Reis, diretor do Magalu Cloud, braço de serviços de computação em nuvem da Magazine Luiza, também falou sobre a chegada desses novos concorrentes internacionais. 

Eles estão resolvendo um problema na Ásia que no Brasil ainda não tinha caído a ficha que existe: como vender experiências novas para uma população enorme e diversa no ambiente online, acredita Reis.

Além disso, a estratégia de aproximar o fabricante do consumidor final (DTC – Direct to Consumer) é um modelo que tende ser seguido pelos players nacionais, explica. 

“O varejo cada vez mais entrega experiências complexas em alto volume. Então, necessariamente, é preciso uma estruturação digital sólida. Os dois eixos que tornam o varejo um berço de novas tecnologias são: experiência do cliente e o desafio de integrar centenas de fornecedores em um marketplace ágil e estruturado”, conclui Reis.

Confirma a cobertura completa do South Summit Brazil 2024 no blog do Instituto Caldeira.