“Precisamos investir mais na formação e retenção de talentos gerados ”- por Sandro Cortezia da Ventiur, sobre a Missão a Londres

O Instituto Caldeira realizou, entre os dias 22 e 27 de junho, a primeira missão internacional de 2025, com foco em deep techs e Inteligência Artificial. A missão, realizada em parceria com o Invest RS, levou uma delegação de líderes empresariais brasileiros para uma imersão de cinco dias em alguns dos núcleos mais avançados da nova economia global. 

Confira os principais insights dos participantes. 

– Por Sandro Cortezia

Quero destacar que a Missão foi muito bem organizada, com um grupo de participantes complementar, inteligente e hiperconectado, tornando a experiência excelente. 

Ainda estou processando toda a experiência para entender o que pode ser mais aplicável, de forma imediata a nossa realidade. Uma diferença fundamental que pudemos observar é a visão de longo prazo com que se trabalha por lá. As tecnologias e ações estratégicas são pensadas para gerar impacto em cinco, dez ou até 20 anos. Isso se reflete diretamente na forma de investir: os recursos são direcionados a projetos realmente disruptivos, como computação quântica, fusão nuclear, biotecnologia, entre outros.

Essas tecnologias emergentes exigem profissionais altamente qualificados e uma abordagem de investimento diferente. O capital precisa ser mais “paciente”, com menos foco no curto prazo e mais confiança no potencial transformador de médio e longo prazo.

Como sou otimista, acredito que apesar das diferenças estruturais, especialmente em relação à disponibilidade e ao custo do capital, temos condições de aprender com esse modelo e nos reposicionar estrategicamente. Precisamos investir mais na formação e retenção de talentos gerados pelas nossas excelentes universidades, apoiar o desenvolvimento de Deep Techs locais e conectá-las com o que está sendo feito lá fora.

Não podemos atuar de forma isolada. Com a velocidade em que tudo está mudando, se não acelerarmos, corremos o risco de perder o timing.