Plataforma de educação Aulalivre aposta no viés humanizado para apoiar escolas na retomada

Em 2020, de uma hora para outra, as instituições de ensino se viram obrigadas a adaptar suas rotinas para o digital, o que vem gerando desde lá grandes desafios para alunos e professores. Uma das soluções mais rápidas que emergiram para as instituições tradicionais foi a aproximação com as edtechs, as startups de educação. É o caso da Aulalivre, um portal de ensino a distância focado em atender alunos interessados em ingressar na universidade, mas que, em 2021, planeja estar próximo também das escolas, contribuindo para a retomada do ensino básico.

“Estamos trabalhando muito para entender as dificuldades que surgiram e como podemos fazer para recuperar o conteúdo que não foi bem absorvido”, destaca a fundadora e CEO da Aulalivre, Juliana Marchioretto.  A plataforma, inclusive, já conta com  todos os conteúdos previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que regulamenta as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras públicas e privadas.

Um dos grandes desafios deste ano para as edtechs, comenta a gestora, será conseguir fazer com que essas plataformas atendam às necessidades dos estudantes de forma personalizada. “Cada um tem um determinado jeito e tempo de aprendizado, e isso deverá ser muito considerado. Antes de entender o que a turma precisa, é preciso saber as necessidades de cada estudante”, avalia.

Apesar da expansão recente de empresas de tecnologia voltadas à educação, Juliana observa 2020 como um ano difícil, em especial para o mercado que o Aulalivre atua.”Quando trabalhamos com pré-vestibular, é muito importante conseguir fazer um planejamento, e isso foi muito difícil, pois todas as datas das provas caíram”, relata.

Antes mesmo do fechamento de escolas e universidades, as edtechs já registravam uma tendência de alta no País. Entre 2018 e 2019, o total de empresas passou de 364 para 449, de acordo com mapeamento recente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), sendo 70% delas voltadas a atender a educação básica.

Digitalização humanizada

Embora tenha ocorrido uma clara adesão ao uso de tecnologias no ensino durante a pandemia, a empreendedora reforça que o setor educacional precisa avançar e, para isso, aposta em uma maior participação de professores neste processo de maturação digital.

“Precisamos de mais momentos de troca com os professores para que eles possam direcionar o conteúdo e apontar o que o aluno precisa. O toque do ser humano nessas horas é fundamental. Unir o digital com o viés da educação humanizada é o caminho”, aponta Juliana.

A startup iniciou a sua jornada em 2012, como uma plataforma de cursos gratuitos. O objetivo era democratizar a educação do País a partir do financiamento de patrocinadores, o que acabou não acontecendo.Com o tempo, a edtech passou a receber feedbacks positivos dos conteúdos de sua plataforma, o que a levou a avançar na direção de uma outra estratégia de negócio.

Nesta caminhada, fez parte da primeira turma do Start-Up Brasil, programa do Governo Federal, e foi acelerada pela Pipa, voltada a negócios de impacto social. Desde então, passou a oferecer cursos de preparação para o vestibular e para a prova do Enem a um baixo custo e em uma plataforma intuitiva.

“Um dos diferenciais do Aulalivre é a organização dos cursos.Todos os conteúdos que o aluno precisa estão ali, orientados por planos de estudos ou da forma como ele quiser estudar”, ressalta Juliana.

Reconhecimento

Recentemente, o trabalho do Aulalivre foi destacado pelo Sebrae RS e pelo Instituto Caldeira em levantamento que trouxe diferentes startups já consolidadas e que vêm entregando soluções para problemas reais em seus respectivos mercados.

“Ficamos muito felizes de estarmos dentro do grupo de startup com maior potencial em 2021. Já estamos há um tempo batalhando para melhorar a educação do nosso País, um dos nossos grandes desafios. Seja virtual ou presencial, esta será sempre uma necessidade muito grande”, conclui Juliana.

Raio-X

Nome da startup: Aulalivre

Nome dos sócios: Juliana Marchioretto, Eduardo Lima, Tiago Konrath, André Garcia, Clarice Baptista e Jonas Venturini

Estágio: tração

Segmento: educação

Número de colaboradores: 35 pessoas, entre equipe e professores

Investimento já recebido: R$ 115 mil via startup Brasil e R$ 250 mil da Kria

Principal produto: preparatório para Enem e vestibulares