Daniel Randon startups

Para Daniel Randon, retomada de investimentos expressivos em startups começa este ano

Os principais estudos de mercado projetam a retomada do venture capital em 2024, após três anos de um tortuoso inverno das startups, que secou o caixa de muitas empresas de tecnologia. Embora os cheques não devam superar as rodadas recordes registradas em 2021 – quando o mercado estava de fato supervalorizado – o otimismo de investidores e gestores aponta para o aumento dos deals. Para Daniel Randon, presidente da Randoncorp, o período marcado pelo arrefecimento dos aportes contribuiu para amadurecer o setor de inovação, que passou a ter um olhar mais atento à base de sustentação.

Neste momento, com a trajetória de queda dos juros no Brasil e Estados Unidos, após dois anos de aperto monetário dos bancos centrais, há uma perspectiva boa para retomada de investimentos mais expressivos em startups, com retorno no médio e longo prazo, contextualiza Randon. 

O otimismo do empresário é difundido pelo mercado. Segundo o Latam Tech Report 2023, 88,9% dos investidores preveem que o próximo ano será positivo na América Latina para o ecossistema de startups, enquanto no lado dos fundadores 77,8% apostam em um 2024 mais aquecido para os investimentos.

Conforme o documento, os investidores devem priorizar startups em estágio inicial, seed ou pré-seed. Empresas mais maduras devem ficar em segundo plano. “Neste período de retomada, acaba-se escolhendo projetos com perspectivas de retornos maiores, o que reduz o escopo de startups que estão mais avançadas no mercado, já passaram por rodadas de investimento e possuem receita recorrente”, explica Daniel Randon.

Em 2017, a Randoncorp (na época Empresas Randon) deu início a sua estratégia de relacionamento com startups. Num primeiro momento por meio de desafios, Provas de Conceito (POCs) e aproximação aos ecossistemas de inovação – inicialmente com o Instituto Hélice, na Serra Gaúcha, o qual ajudou a fundar, e mais tarde com o Instituto Caldeira.

A virada de chave, no entanto, veio em 2020, quando a empresa lançou seu veículo de investimentos dedicado à startups, a partir da Randon Ventures. A nova marca é responsável por administrar um fundo corporate venture capital (CVC) que já possui 8 startups no portfólio. 

No nosso caso dos CVCs, os investimentos são direcionados a startups que possam agregar valor à empresa-mãe, tanto financeiro quanto estratégico. “Se o projeto é viável, se está dentro dos nossos valores, se pode contribuir no incremento de negócios ou nos tornar mais competitivos, a tese de investimentos tende a ser aprovada”, afirma o presidente da Randoncorp.

Um dos cases de sucesso do fundo é a startup Motorista PX. A empresa conecta fretistas com transportadoras e embarcadoras, a partir de um aplicativo que mostra o histórico dos motoristas para as contratantes. O negócio tende a ser mais rentável para os fretistas, já que a startup alega pagar melhor e mais rápido os autônomos. 

Antes da conexão com a Randon Ventures, a Motorista PX tinha cerca de 80 mil motoristas cadastrados e passou a marca de 1 milhão no final de 2023. 

“No entanto, o mais importante para a marca é se aproximar do ecossistema. O Instituto Caldeira é um exemplo, onde há várias empresas conectadas acompanhando as principais tendências e oportunidades de negócios inovadores”.

Para as empresas tradicionais, como a Randoncorp, é uma grande oportunidade respirar o ar de hubs como o Instituto Caldeira, em que podemos acelerar projetos e, sobretudo, ter acesso a capital humano de qualidade, conclui Randon.

O presidente da Randoncorp, Daniel Randon, foi um dos convidados do Caldeira Recebe, realizado no dia 30 de janeiro. Membros do hub de inovação podem acompanhar o painel completo no aplicativo do Instituto Caldeira, disponível na Apple Store ou Play Store

Veja mais conteúdos no blog do Instituto Caldeira