Distrito de inovação

O que são distritos de inovação? Um paralelo entre empreender e revitalização urbana

No coração das cidades ao redor do mundo, os distritos de inovação estão transformando paisagens urbanas que durante muito tempo foram negligenciadas – e a relação do Instituto Caldeira com Porto Alegre é um exemplo disso. Mas será que a definição do que é um distrito de inovação é atrelada ao seu impacto positivo nas estruturas urbanas? A resposta é: com certeza, sim. 

Foi com a intenção de discutir a força motora que define o que são os distritos de inovação e a sinergia entre esses tipos de ecossistemas, que o CEO do Instituto Caldeira, Pedro Valério, participou do painel “Building Global Innovation Districts“, no 1º dia de South Summit Brazil 2024.

Os distritos de inovação são regiões urbanas vibrantes, lugares que funcionam como um espaço de convergência entre diferentes atores da sociedade e almejam transformar o entorno com novas tecnologias, economia criativa e ferramentas que melhoram a vida em sociedade, acredita Valério.

Ao lado dele também participaram do encontro Martim Velez, diretor de programas de Scale Ups do Unicorn Factory Lisboa, e Mariana Pincovsky, diretora executiva no Porto Digital, de Recife. Ambas instituições firmaram acordos recentes de cooperação com o Instituto Caldeira para intercâmbio de ideias e projetos.

As três iniciativas foram fundamentais para a transformar a lógica econômica de seus territórios. No caso do ecossistema gaúcho, a operação inaugurada há três anos ocupou o 4º Distrito de Porto Alegre, antigo bairro industrial da cidade que acumulava prédios desocupados desde a saída das últimas fábricas no início do século XX. 

Com a chegada do Caldeira e outras iniciativas, a região se tornou um polo de empreendedorismo e economia criativa. 

A história se repete na jornada do Unicorn Factory, conta Velez:

“No caso de Lisboa, nosso distrito, inaugurado em 2021, surge em uma das zonas mais pobres da cidade, mais deprimida em termos de habitação. A estratégia central foi investir em um território que pudesse ser revitalizado para que pudéssemos ocupar essa infraestrutura com empresas de tecnologia”

Esse é o fio condutor que move os distritos de inovação: a revitalização urbana e econômica, a partir da sinergia entre diversos. Foi isso que aconteceu na cidade de Pernambuco, em Recife, com a chegada do Porto Digital há 24 anos. 

O Porto Digital é um dos principais ecossistemas de inovação do Brasil, localizado na região portuária da cidade, cujo principal ativo havia sido o porto de Recife. Quando a operação migrou para o litoral Sul, a região entrou em decadência. 

“O grande legado que a gente tem enquanto parque tecnológico foi a revitalização e requalificação desse espaço urbano central e, em paralelo a isso, desenvolvemos uma nova atividade econômica voltada a tecnologia e economia criativa”, afirma Mariana. 

“A cultura está muito presente no dia a dia do pernambucano: é impossível circular por Recife e não ser impactado pela cultura local em suas diversas formas. Nos eventos e conteúdos do Porto Digital, raramente falamos só de tecnologia: sempre abordamos temas atuais para mostrar que a tecnologia permeia tudo e é para todos, e a cultura e a criatividade fazem parte desses temas”, completa

Para além dos muros do Instituto Caldeira

Na última segunda-feira (18), o Instituto Caldeira anunciou uma nova expansão: o hub vai passar a ocupar a estrutura dos antigos prédios da fábrica Tecidos Guahyba, um espaço com cerca de 33 mil m², ampliando a área total do Caldeira para 55 mil m². 

O investimento previsto para a nova área é de cerca de R$ 120 milhões. O movimento, segundo Pedro Valério, é um passo importante justamente na construção de um distrito de inovação na capital gaúcha:

“Somadas as áreas do Instituto Caldeira com as áreas localizadas no entorno e que oferecem serviços de gastronomia, cultura e entretenimento, serão mais de 140 mil m² destinados à nova economia e à formação de um ambiente urbano onde novas empresas consigam se estabelecer e gerar valor para a sociedade”, afirma. 

Segundo Valério, a ampliação não significa ter uma 2ª estrutura de um hub, mas quebrar muros e ganhar, definitivamente, a cidade.

Queremos que a nossa cidade seja cada vez mais conhecida globalmente como um ambiente fértil para o empreendedorismo e a inovação.

Confirma a cobertura completa do South Summit Brazil 2024 no blog do Instituto Caldeira.