Meta e Ayga investem R$ 25 milhões na Flowen para gestão hídrica

Com tecnologia nacional e foco na preservação dos recursos hídricos e do combate ao desperdício de água, chega ao mercado a Flowen. A empresa é resultado da união da Meta, player de tecnologia e inovação com foco em transformação digital, e da Ayga, especializada em gestão remota de ativos. Nesta quarta-feira (22), as duas empresas anunciaram um aporte de R$ 25 milhões na nova empresa, em evento realizado no Instituto Caldeira. A Meta é uma das fundadoras do hub de inovação gaúcho.

O IoTA, medidor de água ultrassônico da Flowen, verifica com precisão o consumo e permite a gestão remota de operações, como a ligação e o corte remoto de água. O produto é destinado não apenas a concessionárias públicas, privadas e distribuidoras, mas também a empreendimentos e parques industriais de todos os tamanhos.

Entre as vantagens da solução estão o fim da medição manual e da necessidade de acesso presencial de profissionais e técnicos aos medidores, além da transparência quanto aos gastos individuais de cada empreendimento ou consumidor. Integrado a uma plataforma robusta de análise de dados, o dispositivo traz indicadores detalhados sobre o consumo hora a hora, a necessidade de manutenção, o indício de vazamentos ou de falta de água, a previsão de consumo, entre tantas outras informações de monitoramento de toda a rede operacional.

A Flowen é uma solução completa que integra infraestrutura, plataforma e dados gerando resultados positivos para a sociedade não apenas na economia relevante de água, mas em toda a cadeia de consumo dos recursos, explica Claudio Carrara, vice-presidente da Meta.

De acordo com ele, o dispotivo traz ganhos de segurança e transparência na gestão da mediação dos consumidores, com uma base ampla de dados e indicadores que ampliam a eficiência do serviço prestado, reduzem custos e asseguram a tomada afirmativa de decisões.

A consultoria Bluefield Research indica que o mercado de água inteligente nos Estados Unidos deve movimentar até US$ 20 bilhões em despesas operacionais e de capital até 2025. No cenário brasileiro, o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) estima que até 2033 serão necessários investimento de R$ 142 bilhões em água e R$ 215 bilhões em esgoto para cumprir as diretrizes definidas pelo Novo Marco Regulatório do Saneamento (Lei Federal 14.026) que determina a universalização com metas de atendimento de 99% da população com água potável até 2033.

A tecnologia é uma importante aliada para o desenvolvimento sustentável. A utilização de smart meters já avançou muito nos segmentos elétrico e de gás. Nossa expectativa é implementar 500 mil medidores no país, até 2025”, complementa Luiz Francisco Gerbase, CEO da Ayga, responsável pelo desenvolvimento do medidor inteligente.

Integrado a uma plataforma robusta de análise de dados, o dispositivo traz indicadores detalhados sobre o consumo hora a hora, a necessidade de manutenção. Créditos: Emmanuel Denaui´/ Divulgação.

Os dados quanto ao cenário da gestão da água no país são alarmantes. Pesquisa publicada pelo Instituto Trata Brasil no segundo semestre do ano passado aponta que 40% da água tratada nos reservatórios nacionais é perdida antes de chegar aos brasileiros. Segundo o estudo, a quantidade perdida nos sistemas de distribuição poderia abastecer 66 milhões de brasileiros, valor mais do que suficiente para suprir a necessidade das quase 35 milhões de pessoas que, até hoje, não possuem acesso à água em casa nem para lavar as mãos.

A Flowen contou com um parceiro de peso no desenvolvimento técnico das soluções, no teste e na validação da tecnologia pioneira. A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) acompanha a iniciativa desde 2020 e já utiliza em caráter experimental mais de 250 medidores de alta precisão para o monitoramento eficiente da operação.

O processo de testagem incluiu a implementação do equipamento associado à plataforma de inteligência de dados em diferentes condições climáticas e geográficas, em ambientes de calor extremo e de frio, como no litoral e na serra, para a garantia da eficiência, da confiabilidade e da precisão das soluções de leitura e medição do curso da água.

“Estamos muito confiantes de que este projeto representa um salto significativo na eficiência da nossa operação e nos esforços de preservação sustentável dos recursos. É um importante diferencial usarmos uma tecnologia de duas brasileiras reconhecidas pelo mercado, como a Meta e a Ayga, o que permite o uso dos fundos de financiamento e crédito associados ao BNDES e outros bancos para a compra de equipamentos fabricados aqui”, destaca Jean Bordin, diretor Comercial, de Inovação e Relacionamento da Corsan.