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Inteligência Artificial redefine inovação e impacta as estratégias de investimentos, explica Alex Szapiro

A Inteligência Artificial está transformando o setor industrial, alterando modelos de negócios, impulsionando novas formas de inovação e impactando as estratégias de investimento em escala global. Esse foi o foco do painel The AI Revolution: Shaping the Future of Business, na quarta-feira (9/4), durante o South Summit Brazil. O evento segue até sexta-feira (11) em Porto Alegre, com a presença de líderes, empreendedores e investidores do ecossistema de inovação.

Durante a palestra, Alex Szapiro, Managing Partner da Softbank na América Latina, refletiu sobre como a IA está se tornando uma força estruturante para o futuro – não apenas das empresas, mas das economias e da sociedade de maneira geral. O executivo destacou a trajetória do SoftBank, um dos maiores fundos de investimento em tecnologia do mundo, e das decisões visionárias de seu fundador, Masayoshi Son, conhecido como Masa.

“Muita gente ainda acha que o SoftBank é um banco, mas não é. É uma empresa de investimentos que aposta em startups com alto potencial, especialmente na fase chamada ‘late stage’, quando já estão mais maduras”, explica Szapiro. 

Ele diz que Masa se destacou por antecipar grandes ciclos tecnológicos, como a ascensão do computador pessoal, do comércio eletrônico e, mais recentemente, da inteligência artificial. Entre os exemplos, citou o investimento do SoftBank na Alibaba, que transformou um aporte de US$ 30 milhões em uma posição que chegou a valer US$ 250 bilhões. “A maioria teria vendido. Masa não. Ele pensa em milissegundos”, afirma.

Essa abordagem de longo prazo também se reflete nos investimentos mais recentes do grupo. Atualmente, a empresa investe em infraestrutura energética, essencial para sustentar o crescimento da Inteligência Artificial. Um dos projetos, batizado de Stargate, tem como objetivo preparar o setor elétrico para uma demanda crescente. Projeções apontam que, até 2030, a IA poderá consumir cerca de 7% da capacidade energética dos Estados Unidos.

Se não fizermos esses investimentos agora, não teremos energia suficiente para essa revolução. A IA e a nuvem já consomem entre 1,5% e 2% da capacidade energética atual. Isso muda tudo.

Para os empreendedores presentes no South Summit, o painel também trouxe aprendizados sobre o que realmente importa na hora de captar investimentos. “Tem coisas que nunca mudam. Talento é a principal delas. E não só no começo. O time é essencial em todas as fases da empresa”, considera Szapiro. O executivo também destacou a importância de estar apaixonado pelo problema que se quer resolver – e não apenas pela tecnologia.

Segundo ele, muitas startups falham por começarem pelas ferramentas, e não pelos desafios reais do mercado. “Não quero ver a lista de features em IA que você criou. Quero saber que problema você está resolvendo.

Para ele, a revolução atual traz uma diferença fundamental: a velocidade. “Em 1998, carregar uma página da internet era um processo lento. Com o iPhone, veio a revolução da mobilidade. E agora, com a IA generativa, tudo está mudando de forma quase instantânea.”

Ele lembra que tecnologias como o Uber só foram possíveis com a infraestrutura móvel criada nos anos 2000. Da mesma forma, o salto atual só será sustentável com uma base energética sólida e com aplicações da IA voltadas a resolver problemas concretos.

“Hoje, o software evolui de repente. Estamos vivendo esse ‘de repente’. Mas ainda somos muito ruins no longo prazo. Subestimamos o impacto que teremos no longo prazo.”