Inovação aberta rompe mentalidade de silo das empresas, avalia Amanda Graciano
Um ecossistema de inovação é forjado em cima da troca de ideias, do compartilhamento de tecnologias e do interesse mútuo em se conectar para entregar experiências transformadoras à sociedade. Quando se entende que possuir uma tecnologia não é sinônimo de ter a melhor entrega, as empresas derrubam barreiras digitais e expandem o mercado.
É a partir dessa filosofia que o conceito de inovação aberta (open innovation) ganha força na nova economia. Mais do que isso, propõe uma ruptura cultural: se livrar da velha “mentalidade de silo” das empresas.
Especialista em transformação digital, economista, gestora de aceleração e colunista no Estadão e do MIT Technology Review, Amanda Graciano, a inovação aberta, conceitualmente, parte da premissa que, como conhecimento e transformação digital estão amplamente difundidos na sociedade, as empresas, por mais capazes que sejam, não conseguem inovar de forma tão eficaz por conta própria.
A melhor forma é compartilhar ideias, tecnologias e projetos entre as empresas”, ressalta. Outra questão importante é que, dentro desta lógica, ser o pioneiro significa, na maioria das vezes, que o seu produto ou serviço não será, necessariamente, o melhor naquele momento.
Amanda foi foi uma das palestrantes da Semana Caldeira, evento que trouxe palestrantes nacionais e internacionais para celebrar um ano de operação do hub de inovação localizado no Quarto Distrito, em Porto Alegre (RS). Ela, que é LinkedIn Top Voice, destacou mais sobre os conceitos e práticas que levam as companhias a praticar o open innovation.
Para a palestrante, a inovação aberta também pode ser entendida como o uso de fluxos de conhecimento internos e externos para acelerar a inovação interna e expandir os mercados.
Na inovação aberta, a empresa não detém o controle total das tecnologias. Mas talvez seja muito melhor para o mercado usar em conjunto uma tecnologia que é melhor para todos, e que vai levar o mercado para um patamar maior, do que necessariamente adquirir determinada tecnologia e privatizá-la”, afirmou a palestrante.
Ao mesmo tempo, isso não significa que para inovação aberta aflorar é preciso do altruísmo das companhias em abrir seus fluxos de conhecimento e partilhar suas tecnologias.
Para as companhias, a inovação aberta é uma forma mais lucrativa de inovar, porque pode reduzir custos, acelerar o tempo de entrada no mercado, aumentar a diferenciação no mercado e criar novos fluxos de receita para a empresa, explica.
A inovação aberta vai focar nas ideias internas, mas também nas que vierem de fora. Qual é o diferencial de olhar as ideias externas? É que provavelmente elas não vão estar no core da empresa, mas podem tangenciar esse core e também trazer um radar do que pode ser promissor em médio e longo prazo” analisa.
Amanda também explica que o compartilhamento de tecnologias não precisa só acontecer entre as empresas. Pelo contrário, as universidades têm um papel fundamental para a construção de um open innovation sólido.
“Não tenho dúvida que não foi só a iniciativa privada que fez as coisas e existe uma conexão muito grande entre o criar conhecimento nas universidades e gerar valor dentro do mercado”.
Se você quer conferir o workshop completo da Amanda Graciano, clique aqui e se inscreva no canal do Instituto Caldeira no Youtube!