Fusões e aquisições caem, mas tecnologia evita tombo maior

O Brasil registrou 1.728 fusões e aquisições em 2022, uma queda de 12% na comparação com 2021, que foi o melhor ano da série histórica, quando se registraram 1.963 transações. Pela ótica do copo cheio, o ano passado foi o segundo melhor do estudo, resultado que foi puxado pelos movimentos no setor de tecnologia, mostram dados da pesquisa anual da KPMG, realizada com empresas de 43 setores da economia brasileira.

Embora as empresas de tecnologia despontem na parte de cima entre os segmentos que mais registram fusões e aquisições, houve uma queda em relação ao apetite dos investidores em 2021 frente ao setor.

Dentre os segmentos que destacaram nessas operações em 2022 estão Empresas de Internet (640 transações), Tecnologia da Informação (268), Serviços para Empresas (102), Instituições Financeiras (99), Telecomunicações e Mídia (61), Companhias de Energia (54) e Educação (53).

Os números trimestrais de operações em 2022 foram reduzindo ao longo do ano, com 344 transações no quarto trimestre, 370 no terceiro, 461 no segundo e 553 no primeiro.

O principal motivo para essa queda foi a redução do apetite dos investidores por empresas de tecnologia, que tem historicamente contribuído com a grande maioria do número de transações, analisa Luis Motta, sócio-líder de Fusões e Aquisições Proprietárias da KPMG no Brasil.

Segundo Motta, o menor apetite tem relação direta com a desaceleração da economia global e o cenário de alta de juros e inflação generalizada entre os países mais ricos. 

Apesar do total de transações em 2022 ser menor que o de 2021, ainda é maior que o registrado em anos anteriores da pesquisa: 2020 (1.117), 2019 (1.231), 2018 (967), 2017 (830), 2016 (740), 2015 (773), 2014 (818), 2013 (796), 2012 (816), 2011 (817) e 2010 (726).

Startups têm captação aquém em 2022 no Brasil

Em meio a um cenário hostil para o capital de risco, devido a alta global dos juros, o levante inflacionário e a guerra no leste europeu, as captações de startups brasileiras caíram no segundo semestre de 2022, segundo o Inside Venture Capital da plataforma de inovação Distrito.

Entre julho e dezembro do ano passado, as startups captaram US$ 1,54 bilhão em recursos, o que representa uma queda de 65% em relação ao mesmo período de 2021 e de 47% na comparação com o primeiro semestre de 2022. 

Vale lembrar que 2021 foi um ano recorde em captação e crescimento das startups no Brasil. Segundo levantamento da Distrito, o ano passado foi o segundo melhor para o setor desde o início da série, em 2013.