Estamos prestes a ver um novo Nubank estreando na NYSE, afirma head da bolsa de Nova York
Um jejum de mais de dois anos sem estreia de empresas brasileiras na bolsa de Nova York pode estar prestes a ser quebrado. O movimento é projetado pela head of Canada and Latin America Capital Markets na NYSE, Paula Ganem, em entrevista exclusiva ao Instituto Caldeira após palestra no 2º dia de South Summit Brazil 2024 em Porto Alegre.
O último IPO (oferta pública inicial de ações) do Brasil nos Estados Unidos foi o do Nubank, em dezembro de 2021. De lá para cá, uma série de empresas prontas para realizar esta etapa de captação de recursos, colocaram o pé no freio, principalmente por questões macroeconômicas globais.
São companhias que seguem em contato com a NYSE e continuaram crescendo, o que as torna ainda mais preparadas para a inclusão no mercado mais competitivo do mundo. “Elas estão só esperando a próxima janela de mercado”, destaca Paula.
Mantemos contato com várias empresas brasileiras que estão nesse caminho e acreditamos que este ano, ou ainda no início do ano que vem, teremos estreantes na bolsa norte-americana
Sem abrir o número de companhias prospectadas, ela afirma que o pipeline é robusto. “Estamos muito animados com o Brasil. Vemos o potencial da economia e do empreendedor brasileiro e tivemos vários cases de sucesso de IPOs de empresas de tecnologia do Brasil abrindo capital nos Estados Unidos, como foi o caso da Pagseguro, precursora no movimento de ingressar direto na bolsa norte-americana”.
Atualmente, há 35 brasileiras na NYSE, que situam o Brasil na 4ª posição de maior relevância entre os países. E este número deve crescer com o crescimento de negócios, principalmente de tecnologia, que já estão direcionando seus planos de negócios para este movimento.
São negócios que têm a internacionalização como fim e que buscam o acesso a capital para investimentos por um preço diferenciado, em dólares. Os critérios para ingresso na NYSE, segundo Paula, não são tão diferentes daqueles levados em conta para abertura de capital na B3 – a Bolsa brasileira.
Para garantir o sucesso desse movimento, no entanto, um fator é fundamental: um ecossistema de tecnologia e inovação que contribua com a jornada do empreendedor. Segundo a Head de Latam, a grande maioria das empresas de capital aberto do mundo não chegaram lá sozinhas, com capital próprio.
As startups precisam passar por uma trajetória longa até chegar ao patamar em que faz sentido fazer o IPO, contando com a colaboração de um ambiente articulado capaz de ajudá-la a se consolidar. “E é o que tem acontecido no Brasil”, comemora.
Confira a cobertura completa do South Summit Brazil 2024 no blog do Instituto Caldeira.