Após fazer gestão de resíduos do Planeta Atlântida, Kowal quer se especializar em eventos sustentáveis

Há 6 anos no mercado, a Kowal fechou no início deste ano um dos maiores contratos de sua história: a coleta de resíduos no Planeta Atlântida 2023, o principal festival de música do Rio Grande do Sul, realizado em fevereiro.

Foi uma virada de chave não só para a Kowal, mas também para a organização do evento, que trouxe novas obrigações para as empresas contratadas nos serviços de limpeza, como a entrega de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e registro de horas trabalhadas de todos funcionários. 

O Planeta Atlântida 2023 teve um papel pedagógico para o mercado, pois profissionalizou o serviço de coleta em comparação a outros anos. Isso foi muito importante, já que a coleta de resíduos é um trabalho com muita informalidade no Brasil, comenta Felipe Kowal, fundador da empresa.

O aproveitamento dos recicláveis foi outro sucesso da parceria entre Kowal e Planeta Atlântida, que gerou cerca de R$ 10 mil em renda adicional para parceiros e trabalhadores da Coopertinga, cooperativa de reciclagem localizada no bairro Restinga, em Porto Alegre. Já os orgânicos foram levados para a estação de transbordo em Tramandaí e depois para o aterro Minas do Leão.

Diante desta iniciativa de sucesso, a empresa, que atua na área de gestão de resíduos, atendendo negócios e municípios gaúchos nos elos finais da cadeia circular, quer seguir apostando na gestão de resíduos em eventos corporativos. 

Para isso, está em busca da certificação da ISO 20121, que estabelece regras e padrões para eventos sustentáveis. “Seria um grande diferencial para a Kowal, pois nenhuma empresa do Rio Grande do Sul tem este tipo de creditação”, diz Felipe. A empresa contratou um escritório de São Paulo para fazer o processo de obtenção da ISO.

A Kowal, que desde 2022 faz parte da comunidade Caldeira, também atende outros grandes geradores, como a Central de Abastecimento para o Estado de Porto Alegre (Ceasa), os shoppings Strip Center e Boulevard Laçador e alguns bancos da capital gaúcha na coleta e destruição de materiais sensíveis. Além disso, tem municípios do interior gaúcho dentre seus clientes, como Quaraí, Mostardas, São Sepé e Carazinho. 

Felipe Kowal, fundador da empresa, quer se especializar em eventos sustentáveis. Foto: Arquivo Pessoal

“Uber Caçamba” para evitar focos de lixo

A questão da má alocação de resíduos é um problema recorrente, e de saúde pública, nas grandes cidades. Por isso, um dos projetos da Kowal é o desenvolvimento de um aplicativo que monitora via GPS a destinação dos resíduos transportados por empresas privadas em Porto Alegre, para evitar que eles acabem parando em praças e terrenos baldios.

Desde 2019, empresas que geram mais de 200 litros de lixo por dia são responsáveis legalmentei pela alocação correta de seus resíduos, mesmo terceirizando a coleta. Um monitoramento mais eficaz pode evitar eventual responsabilização das geradoras, mesmo que a destinação correta possa trazer mais custos, analisa Felipe Kowal, fundador da empresa.

“Vamos buscar parcerias entre as empresas do Instituto Caldeira para desenvolver esse app, que acompanharia o trajeto do resíduo e evitaria focos de lixo na cidade”, conta, destacando o potencial que pode ser gerado a partir da parceria com o hub de inovação gaúcho. 

Quem contrata coletas de lixo também pode pedir o Certificado de Destinação Final, “mas muitas transportadoras não enviam, pois não fazem a alocação correta”, diz Felipe. Segundo ele, isso acontece porque o custo médio da tonelada para dispor os resíduos nos locais apropriados é de R$ 197/ton, mas o preço médio de uma caçamba, que tem capacidade de até 4 toneladas, é de R$ 300. “Para as empresas cumprirem suas obrigações, precisam investir mais”, conclui.

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