Ecossistemas de inovação South Summit Brazil 24

A cultura da retribuição define o sucesso de ecossistemas de inovação

Ecossistemas de inovação pujantes são forjados pela cooperação entre seus diversos atores. É um jogo de retribuição, de empresas pavimentando o caminho para a jornada de outras que virão logo atrás. O desafio, no entanto, é levar essa cultura do give back, de maneira ampla, entre todos os participantes.

Esse é um consenso entre especialistas que participaram de um painel sobre o engajamento e a cooperação nos ecossistemas, realizado no South Summit Brazil 2024.

Segundo Pedro Valério, CEO do Instituto Caldeira, empreendedores e startups que nascem e ganham escala nesses celeiros de inovação precisam ter o entendimento de que ajudar o ecossistema é um exercício de reciprocidade fundamental para ampliar a oferta de startups no mercado.

Essa cultura promove a ideia de que aqueles que se beneficiam das contribuições do ambiente têm a responsabilidade de retribuir de maneira significativa e construtiva.

No Instituto Caldeira trabalhamos a tese da abundância: a cultura de que ninguém cresce sozinho; quando a maré sobe, todos os barcos sobem juntos.

Valério acredita na colaboração e reciprocidade como motores de ecossistemas vibrantes. Quando indivíduos, empresas e instituições se unem em uma teia de interdependência onde cada parte contribui com seu conhecimento, experiência e recursos, há um progresso coletivo. 

Mesmo assim, a lógica de competição empresarial e individualismo muitas vezes freia o movimento cooperativo, aponta Paulo Emediato, CMO da Oxygea

“O caminho aprende com experiências internacionais, como o Vale do Silício, onde a cultura do give back é mais consolidada. Lá, eu estudei em uma instituição sem fins lucrativos financiada pelo presidente da Nike, por exemplo”.

Por outro lado, os ecossistemas desenvolvem vocações que vão influenciar na cultura de give back de seus atores. Por isso, o objetivo desses celeiros é ser sua melhor versão, acrescenta Valério.

Conforme Gabriel Sant’Ana Palma Santos, secretário executivo da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), um dos ecossistemas de inovação mais tradicionais do país, a retribuição é a principal fortaleza do polo catarinense. 

“Os primeiros empreendedores que ocuparam o hub na década de 1980 precisaram trabalhar juntos para ganhar relevância nacional. Eles perceberam que sozinhos não iam chegar a lugar nenhum. Isso foi se mantendo com o passar das gestões”

Para Santos, a reciprocidade passa pela “cultura do exemplo”, formação de novos talentos e lideranças alinhadas a este propósito. 

O painel “Ecosystem Engagement: From Connection to Innovation”, realizado no 2º dia do South Summit Brazil, contou com a participação de Mariana Pincovsky, diretora executiva do Porto Digital.

Confira a cobertura completa do South Summit Brazil 2024 no blog do Instituto Caldeira.